Apresentação: Os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) são todos os resíduos gerados nas unidades de prestação de serviços de saúde, incluindo hospitais, clínicas, consultórios médicos e odontológicos, laboratórios de análises clínicas, farmácias, e outras instituições de assistência à saúde. Esses resíduos podem apresentar diferentes graus de risco à saúde pública e ao meio ambiente e, por isso, requerem um manejo adequado. Eles são geralmente classificados em várias categorias, com base em suas características físicas, químicas e biológicas. Os RSS têm ramificações importantes nos pilares do Environment, Social e Governance ESG, afetando tanto o ambiente quanto a sociedade, e estão intrinsecamente ligados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS são um conjunto de 17 objetivos interconectados estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015, como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Esses objetivos visam abordar os principais desafios globais, incluindo pobreza, desigualdade, mudanças climáticas, degradação ambiental, paz e justiça. Eles foram concebidos para serem um "plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade". Destacam-se neste contexto os ODS número 3 (saúde e qualidade de vida), 6 (água potável e saneamento), 7 (energia limpa e sustentável), 11 (cidades e comunidades sustentáveis) e 12 (consumo e produção responsáveis). ESG trata-se de um conjunto de critérios utilizados para medir a sustentabilidade e o impacto ético de um investimento em uma empresa ou negócio. Esses critérios são usados por investidores para avaliar o comportamento e as políticas de uma empresa em relação a questões ambientais, sociais e de governança corporativa. Um gerenciamento eficaz desses resíduos hospitalares, mediante o desenvolvimento de um plano de gerenciamento de RSS é essencial para promover o desenvolvimento sustentável e garantir um futuro mais saudável e seguro para saúde coletiva e extremamente importante para o fortalecimento financeiro, coorporativo, ético de instituições de saúde. É notório os problemas de saúde pública relacionados com o meio-ambiente como catástrofe naturais, pandemia pelo covid-19, entre outras doenças e agravos à saúde. Interligar e associar os ODS 3, 6, 7, 11 e 12 com a ESG e a gestão de resíduos de serviços de saúde promove um sistema de saúde mais sustentável, seguro e eficiente. A integração desses objetivos fortalece as práticas de saúde pública, assegurando que as ações da ESG contribuam significativamente para o desenvolvimento sustentável das comunidades. Desta forma, atuar em prol à promoção da saúde ambiental é fundamental para qualidade de vida da população mundial. E a ferramenta ESG, alinhada com os ODS e um gerenciamento de RSS operante e eficiente poderão colaborar para um futuro mais sustentável. O objetivo do estudo é compreender como as instituições de saúde aplicam o Environment, Social e Governance (ESG) e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) ao desenvolver o plano de gerenciamento de resíduo de saúde. Desenvolvimento do trabalho: Esta pesquisa foi conduzida utilizando o método de bibliometria, que permite uma análise quantitativa da literatura científica com o objetivo de identificar padrões de publicação, autoria, impacto e desenvolvimento temático em uma área específica seguindo sete etapas: objetivo, seleção de base de dados, estratégia de busca, critérios de inclusão e exclusão, coleta de dados, análise bibliométrica e interpretação dos resultados. Também foi aplicado, neste estudo, as diretrizes do método PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). A aplicação do método PRISMA garante uma abordagem transparente e completa na seleção, avaliação e síntese dos estudos incluídos, seguindo oito etapas (Definição do Objetivo e Questões de Pesquisa, Estratégia de Busca, Critérios de Inclusão e Exclusão, Seleção dos Estudos, Extração de Dados, Síntese dos Dados e Relato dos resultados). As bases de dados selecionadas para a pesquisa foram Pubmed, Scopus e Web of Science, utilizando “Environment and Public Health”, “Sustainable Development”, “Waste Management” e “Medical Waste” como descritores de saúde e como operador booleano AND. Os critérios de inclusão foram estudos publicados nos últimos cinco anos (2019 à 20124), artigos em inglês e português, artigos completos e de acesso livre, estudos que abordam tema e especificação da intervenção ou condição. Já os critérios de exclusão foram resumos de conferências e publicações duplicadas. Resultados: Inicialmente, foram identificados 49 artigos na base de dados PubMed, nenhum artigo na Web of Science e 29 artigos na base de dados Scopus. Após a aplicação rigorosa dos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos, o número de artigos selecionados foi reduzido para 5 artigos provenientes da PubMed e 1 artigo proveniente da Scopus. Totalizando uma amostra de 6 artigos científicos. Na análise dos dados, foram identificados quatro grandes resultados, os quais são: fragilidade na implementação do ESG, ações isoladas de saúde ambiental, falta de correlação com sustentabilidade e desempenho financeiro e necessidade de planos estratégicos integrados. Considerações finais: A aplicação da estratégia ESG, que abrange três critérios para avaliar o desempenho e o impacto das práticas empresariais em questões ambientais, sociais e de governança corporativa, é frágil e praticamente inexistente nas instituições de saúde hospitalares. Embora essas instituições desenvolvam ações voltadas à promoção da saúde ambiental, elas não estabelecem uma correlação clara com práticas de sustentabilidade, desempenho financeiro e impacto sobre os recursos naturais da própria instituição. Os resultados desta análise indicam que, apesar das iniciativas para a promoção da saúde ambiental nas instituições hospitalares, há uma lacuna significativa na integração dessas práticas com estratégias ESG abrangentes. Este estudo destaca a necessidade de desenvolvimento de planos estratégicos que não apenas promovam a saúde ambiental, mas que também incorporem princípios de sustentabilidade e gestão financeira, visando um impacto positivo tanto na saúde pública quanto na gestão dos recursos naturais. Especificamente, também se destaca, a integração dos ODS, sendo crucial para alcançar um impacto positivo tanto na saúde pública quanto na gestão dos recursos naturais. Portanto, é evidente e urgente que as instituições de saúde elaborem planos estratégicos que integrem a promoção da saúde ambiental, o uso sustentável dos recursos naturais e a eficiência financeira, conforme os princípios da ESG e os ODS mencionados. Estes planos estratégicos devem adotar uma abordagem holística para promover a saúde pública e o desenvolvimento sustentável, assegurando um futuro mais saudável e sustentável para todos.