ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM PETROLIFERA ONSHORE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Author
  • Sara Alves Monteiro
  • Co-authors
  • Orácio Carvalho Ribeiro Junior
  • Abstract
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    Apresentação: De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) A enfermagem envolve o cuidado independente e em equipe de pessoas de todas as idades, assim como de famílias, grupos e comunidades, estejam saudáveis ou enfermos, em qualquer contexto. Ela abrange a promoção da saúde, a prevenção de enfermidades e a assistência a pessoas doentes, com deficiências ou em estágio terminal.  A atuação do enfermeiro é centrada no cuidado integral que vai desde a promoção até a reabilitação da saúde do indivíduo, sendo considerado um membro da equipe que tem a capacidade de identificar os problemas e decidir brevemente a solução por meio do seu conhecimento teórico e prático adquirido durante seus estudos. Conforme a lei nº 7.498 de 1986, que regulamenta o exercício da enfermagem e de suas atividades auxiliares no Brasil, compete privativamente ao enfermeiro planejar, organizar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar os serviços de assistência a enfermagem, realização do processo de enfermagem e enquanto participação como integrante a equipe de saúde compete ao enfermeiro participar no planejamento, execução e avaliação nas programações e planos assistenciais de saúde. Diante disso, a enfermagem de Urgência e Emergência (UE) é responsável por ter a capacidade autônoma de tomada de decisão para cuidar e avaliar dos riscos de vida de forma a resultar no cuidado integral e sem danos ao paciente, inclusive no ambiente de trabalho. Com isso, conceitua-se “enfermagem onshore" como à prática da enfermagem em ambientes terrestres, como hospitais, clínicas, centros de saúde, e outras instalações de atendimento médico situadas em terra firme. O contrário desse termo seria a "enfermagem offshore," que é realizada em locais remotos ou marítimos. Um exemplo seriam as plataformas de petróleo, navios e outras instalações marítimas que possuem sede em ambiente terrestre para os seus setores administrativos. Desse modo, discutir os processos de trabalhos nestes setores é de fundamental importância para identificar potencialidades e fragilidades e, a partir deste ponto, desenvolver ações que possam garantir o fortalecimento das ações que estão alinhadas, e melhorar aquelas que se apresentam com fragilidades. Assim, este estudo tem por objetivo relatar as experiências acerca do atendimento do setor de enfermagem de uma instalação onshore de uma empresa petrolífera, situada em Manaus, Amazonas. Descrição de Experiência: Esse relato de experiência traz o processo no setor de enfermagem em uma instalação onshore de uma empresa petrolífera que possui setores de Saúde Ocupacional (subdividido em enfermagem do trabalho e Enfermagem de Operações Técnicas) e Resposta e Emergência (RE), onde são realizados atendimentos de urgência, emergência e pré-atividades críticas (altura e espaço confinado) e que será o foco deste relato de experiência. Neste setor, responsável pelos atendimentos de UE, o protocolo de atendimento funciona da seguinte forma: são feitos inicialmente a coleta de dados, queixa principal, anamnese, exame físico e sinais vitais do paciente. Em seguida, um enfermeiro classificador e contatado através da central de regulação, via telefone, e os dados coletados são repassados para ele. Esse profissional é responsável por fazer a classificação de risco, conforme protocolo de Manchester, que pode ser: vermelho emergência), laranja (muito urgente), amarelo (urgente), verde (pouco urgente) ou azul (não urgente). Esse protocolo é um sistema de triagem mundialmente adotado nos hospitais e serviços de saúde, sendo desenvolvido na cidade de Manchester, no Reino Unido, na década de 1990. Esse protocolo combina os sinais vitais, sintomas apresentados e outras informações clínicas, determinando a categoria de prioridade do paciente as quais são representadas pelas citadas anteriormente. Logo após a classificação do paciente, o enfermeiro classificador faz o encaminhamento do paciente para o atendimento médico remoto através do portal de Telemedicina do Einstein, onde ocorre a avaliação médica. Por esse portal o médico define se o cliente vai precisar tomar alguma medicação ou se terá a necessidade de um atendimento externo. Se sim, é feito o deslocamento através da remoção por ambulância básica ou avançada, que encaminha o paciente para um hospital da rede privada. Além dos atendimentos, o setor de RE também realiza alguns procedimentos administrativos comuns de outros setores, como os inventários mensais, onde são verificados todos os materiais e medicamentos que contém no pronto atendimento (PA), além da realização dos checklists de controle de materiais como oxigênio, lacres, equipamentos calibráveis e não calibráveis. Assim como nos outros setores, periodicamente ocorrem reuniões virtuais mensais com as nossas lideranças e gerencias regionais, visitas técnicas mensalmente do farmacêutico e lideranças. Efeitos percebidos decorrentes da experiência:  percebe-se uma otimização notável na eficiência e rapidez dos atendimentos de urgência e emergência, graças à sistematização do protocolo de coleta de dados e classificação de risco. A utilização do portal de Telemedicina permite um acesso mais ágil e especializado aos cuidados médicos, reduzindo o tempo de resposta e potencialmente melhorando os desfechos clínicos dos pacientes. Além disso, a realização regular de inventários e checklists garante que os materiais e medicamentos estejam sempre disponíveis e em condições adequadas, garantindo a segurança e a qualidade do atendimento prestado. As reuniões virtuais e visitas técnicas mensais contribuem para uma comunicação mais eficaz e uma supervisão contínua, promovendo um ambiente de trabalho mais colaborativo e integrado. Por fim, a experiência reforça a importância da organização e da preparação em emergências, mostrando que um protocolo bem definido pode fazer a diferença na prestação de cuidados de saúde em ambientes industriais. Esses efeitos combinados resultaram em um setor de enfermagem mais preparado, eficiente e capaz de responder rapidamente às necessidades dos trabalhadores, garantindo seu bem-estar e segurança. Considerações Finais: A partir deste relato de experiência percebe-se o a relevância do desenvolvimento de um fazer eficiente no processo de atendimento do setor de enfermagem de uma instalação onshore desta empresa petrolífera. Com foco nos atendimentos de urgência, emergência e pré-atividades críticas, o protocolo é rigorosamente seguido, desde a coleta inicial de dados até a avaliação médica via Telemedicina. A classificação de risco conforme o protocolo de Manchester e a subsequente tomada de decisão sobre o tratamento necessário demonstram um sistema bem-estruturado e ágil. Além dos atendimentos clínicos, o setor de Resposta e Emergência realiza importantes procedimentos administrativos e participa de reuniões e visitas técnicas, garantindo a manutenção dos padrões de qualidade e segurança. Esse relato ilustra a importância de uma abordagem organizada e colaborativa, essencial para a saúde e bem-estar dos trabalhadores em um ambiente industrial de alta complexidade. A sistematização dessas atividades garante um atendimento eficaz e integrado, reforçando a importância da organização e da colaboração entre as equipes para a segurança e a saúde dos trabalhadores.

     

  • Keywords
  • Enfermagem Ocupacional, Assistência de Enfermagem, Processos de Trabalho, Enfermagem Onshore.
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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