Considerando as vivências de profissionais nos serviços de saúde pública, as produções de conteúdo acadêmico e a de mídias sociais sobre o aumento de doenças, percebe-se uma necessidade de educação em saúde à população, seja na promoção, prevenção ou tratamento. Essa problemática se apresenta na rotina do trabalho de profissionais na atenção primária à saúde (APS), o que possibilitou pensar sobre a criação de estratégias para promover a qualificação do fluxo de serviços ofertados, independente do entendimento que o usuário tenha sobre a resolubilidade de sua demanda. Ao analisarmos essa problemática no contexto da Residência da Multiprofissional em Saúde da Família, vivenciam-se tais fragilidades como um propulsor de mudanças para as práticas em saúde, confrontando o distanciamento existente entre a teoria e prática, e vivenciando o distanciamento entre a ação teoricamente idealizada, bem como a sua implementação, sendo estes, processos completamente diferentes e provocadores de divergências conflitantes entre equipe técnica. Em Campo Grande/MS, na unidade Dr. Ikeda Sumie Rodrigues (USF Serradinho), quando utilizada em atividades de “sala de espera”, os profissionais atuam como propagadores do conhecimento alcançado no processo de educação continuada, demonstrando ao capacitarmos os usuários para o autocuidado estamos promovendo a equidade, participação popular e integralidade. Nesta experiencia foi possível identificar esse movimento, ao perceber a mudança de comportamento por parte de usuários e profissionais, onde em média vinte usuários que ali estavam, recebiam as informações referentes ao fluxo da unidade e serviços ofertados, sendo aberto um canal para dúvidas que os usuários interagiam questionando quais os procedimentos realizados, profissionais responsáveis entre outros, no início com barreiras que surgiam, como por parte de colaboradores da unidade que acreditavam que não haveria sucesso na atividade pela poluição sonora que havia no local, mas ainda assim, com o passar dos dias mesmo com fluxo de usuários e sempre novos indivíduos na sala de espera em cada uma das intervenções, após os primeiros minutos de intervenção, grande parte prendia sua atenção na fala e por vezes ao final tiravam suas dúvidas, e isso foi notado por outras categorias que atuam na unidade. Percebemos na pratica que a educação em saúde é elo entre os conhecimentos científicos e a vida cotidiana das pessoas, melhorando a saúde e a qualidade de vida, permitindo a construção de saberes através da interação entre usuários e profissionais, considerando aspectos culturais e afetivos, promovendo a formação para a cidadania, uma vez que com adequação de nossa comunicação os usuários passaram a entender melhor o fluxo de serviços da unidade e com o passar dos dias foi possível perceber a diminuição de intercorrências sem resolutividade para os usuários que buscavam a unidade, já que sabiam onde e como buscar o que desejavam, e ainda o espaço da sala de espera se tornou um local onde aconteciam os convites para os grupos de promoção a saúde, ações específicas, aquele espaço antes não utilizado se tornou um canal direto com a população para disseminar informações utilizado por toda a equipe.