Título: O CENTRO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (CIEVS/RS) NO CONTEXTO DO ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA CAUSADO PELOS EVENTOS CLIMÁTICOS NO ESTADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Apresentação: Essa experiência é um desdobramento das atividades de estágio desenvolvidas no Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) no âmbito do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS). Em 2007, o CIEVS/RS foi estabelecido com o propósito de auxiliar a gestão na detecção de possíveis emergências de saúde pública de âmbito estadual, nacional e internacional, realizando vigilância baseada em eventos além da baseada em indicadores. Com o estado de calamidade pública no território do Estado do Rio Grande do Sul, estabelecido via decreto governamental no dia 04 de maio de 2024, ações emergenciais foram desenvolvidas com parcerias intersetoriais. Desenvolvimento do trabalho: De imediato, as complicações relacionadas às enchentes demandaram a produção técnica de um Guia Básico quanto aos riscos e cuidados com a saúde. O material elaborado pela equipe do CEVS/RS conta com orientações diversas, que vão desde a remoção da sujeira e limpezas como um todo até medidas de cuidados pessoais. Em paralelo, em decorrência do desligamento da central de processamento de dados do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul (PROCERGS), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) não recebeu os lotes dos municípios na regularidade habitual, no período de 06 a 26 de maio. Além disto, alguns municípios tiveram perdas no maquinário outrora destinado a esta atividade bem como deslocamento do profissional que realizava as digitações para outra função na emergência. Dessa forma, foi construído um formulário temporário para o preenchimento das notificações dos agravos mais sensíveis ao contexto, de modo que estes dados possam ser incluídos no Sinan Net posteriormente. Com isso, o banco de respostas foi utilizado também como mecanismo de monitoramento das doenças junto a outras fontes de captação de suspeitas que, em formato de dashboards e cards, têm sido compartilhados diariamente para os setores interessados, haja vista às preocupações, por exemplo, com maior ocorrência de casos de leptospirose. Ainda, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), foi ministrada uma apresentação sobre a ferramenta EWARS na caixa: um eletrônico de aviso prévio, alerta e sistema de resposta em emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS). Resultados: Verifica-se que as frentes de trabalho desenvolvidas, ao integrarem tecnologias de comunicação e constituírem-se como estratégias para subsidiar decisões das autoridades competentes, podem ser capazes de prevenir situações e reduzir danos que possam representar riscos à vida da população. Ainda, estão sendo planejadas estratégias, a nível estadual e nacional, para que os dados levantados dos municípios sejam integrados da forma mais adequada. Considerações finais: As dificuldades decorrentes até o momento são reflexo dos desafios da articulação interinstitucional e entre as três esferas de gestão, diante da necessidade de resposta articulada frente às emergências.