APRESENTAÇÃO: A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é uma ferramenta categórica para assegurar a qualidade e a segurança no cuidado aos pacientes, especialmente em situações de urgência e emergência. Nestes contextos, a rapidez e a eficiência no atendimento são essenciais para alcançar melhores resultados clínicos e reduzir complicações. A SAE oferece uma abordagem organizada e sistemática para a prestação desse cuidado, assegurando que as intervenções sejam baseadas em evidências científicas e personalizadas de acordo com as necessidades individuais de cada paciente. Ao adotar a SAE em contextos de urgência e emergência, os enfermeiros conseguem identificar rapidamente os problemas de saúde, priorizar as intervenções mais urgentes, monitorar a evolução do paciente e ajustar o plano de cuidados conforme necessário. Isso contribui para promover a segurança do paciente, reduzir erros e melhorar a eficiência do sistema de saúde. No entanto, a implementação eficaz da SAE em práticas de urgência e emergência pode enfrentar vários desafios, como a falta de tempo, recursos limitados, alta demanda de pacientes e a necessidade de lidar com casos complexos e imprevisíveis. Para superar esses desafios, os enfermeiros devem ser bem treinados, atualizados com as melhores práticas e apoiados por políticas institucionais que promovam uma cultura de segurança e qualidade no atendimento de urgência e emergência. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem no acolhimento do setor de urgência e emergência em um hospital de porta fechada. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, com base na vivência de acadêmicos do sétimo período de enfermagem no estágio extracurricular obrigatório de Urgência e Emergência, realizado no acolhimento no setor de urgência e emergência em um hospital de porta fechada, em um município de referência da região do Oeste do Pará, no período de 9/04/2024 a 24/04/2024. A coleta de dados foi feita por meio da observação direta das práticas de acolhimento e da aplicação da SAE pelos acadêmicos durante o estágio. As experiências e percepções dos acadêmicos foram documentadas em diários de campo. RESULTADOS: A atuação do enfermeiro está direcionada ao cuidado integral, que abrange desde a prevenção até a reabilitação do indivíduo. O enfermeiro tem a responsabilidade de identificar as capacidades e fragilidades do setor onde administra, a fim de melhorar a assistência ao cliente, bem como liderar a equipe de enfermagem. Além disso, o profissional de enfermagem, dentro do contexto de atendimento de urgência e emergência, detém um papel ativo na equipe, pois assume responsabilidades no cuidado prestado durante as primeiras condutas ao cliente, realizando classificação de risco e acolhimento com foco no atendimento humanizado. O Conselho Federal de Enfermagem caracteriza a SAE como uma tecnologia essencial dentro do processo organizacional de trabalho do profissional de enfermagem, pois possibilita que o enfermeiro atue na assistência à saúde baseando-se em métodos científicos e pensamento crítico, assegurando um serviço de qualidade ao cliente por meio do processo de enfermagem (PE), além de promover a valorização da enfermagem como uma ciência baseada em evidências. A SAE é constituída por cinco etapas: Coleta de dados, Diagnóstico, Planejamento, Implementação e Avaliação. Dentro do contexto de urgência e emergência, a SAE é de total importância e colabora para uma assistência mais dinâmica, uma vez que proporciona o dimensionamento de cuidados e segurança do paciente, além de prevenir agravos em potencial. O cuidado de enfermagem nesse âmbito é caracterizado pela realização de um cuidado imediato, transitório, dinâmico e de curta permanência, demandando maior capacidade técnico-científica para a resolutividade contínua das suas ações. Dessa forma, dentro do campo de urgência e emergência, a aplicação da SAE se mostra fundamental para o planejamento do trabalho realizado por toda a equipe que o enfermeiro delega. Por meio da SAE, é possível traçar um plano de cuidado para cada paciente de acordo com suas particularidades, oferecendo o melhor tratamento para o cliente e respeitando suas necessidades. É necessário que em todos os setores do hospital haja a presença de profissionais de enfermagem, principalmente no âmbito da urgência e emergência, onde esse setor requer do profissional conhecimentos sobre todas as situações que podem ocorrer na área da saúde durante o plantão. Além disso, exige habilidades como agilidade, cautela e cuidado para solucionar as intercorrências que podem ocorrer rapidamente, permanecendo tranquilo durante toda a assistência para oferecer o melhor tratamento tanto para o paciente quanto para os familiares. Dentro da urgência e emergência, o enfermeiro pode exercer várias atribuições, como a execução da SAE, supervisão, capacitação e avaliação da equipe e da assistência realizada, punção arterial, classificação de risco, entre outras. O profissional de enfermagem também pode desempenhar funções administrativas como dimensionamento e coordenação da equipe, escala mensal, solicitação de materiais e execução de protocolos. É essencial que toda a equipe multidisciplinar esteja presente para atender todas as demandas dos pacientes que necessitam de diversos profissionais durante o seu tratamento. A atuação do enfermeiro dentro da urgência e emergência demanda constante aperfeiçoamento dos seus conhecimentos para que possam ser oferecidos os melhores cuidados de modo correto e assertivo. Em casos de pacientes graves, é preciso a tomada de decisões urgentes para que o mesmo se estabilize o mais rápido possível, além de propor um atendimento humanizado que atenda todas as necessidades do paciente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A vivência no acolhimento no setor de urgência e emergência de um hospital de porta fechada foi de suma importância para a formação em saúde, visto que permitiu o enriquecimento da habilidade técnica dos discentes em identificar a importância da aplicabilidade da SAE. Além disso, possibilitou o exercício do olhar crítico-reflexivo, essencial para a preparação dos futuros enfermeiros dos serviços de saúde, garantindo um atendimento de qualidade e humanizado.
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