APRESENTAÇÃO
O alto consumo dos alimentos ultraprocessados na sociedade tem se refletido também no padrão alimentar no ambiente escolar. Essa mudança impacta diretamente nas necessidades nutricionais e preferências alimentares das crianças e adolescentes. Nesse contexto, a escola desempenha um papel fundamental na promoção da saúde, ressaltando a importância da parceria da Estratégia de Saúde da Família (ESF) através do Programa Saúde na Escola (PSE). O Internato de Nutrição em Saúde Coletiva de uma universidade pública do estado do Rio de Janeiro, em parceria com uma rede municipal de saúde do RJ, tem realizado ações de promoção à saúde em escolas públicas nos territórios de alta vulnerabilidade social. O objetivo deste trabalho é relatar um conjunto de práticas educativas desenvolvidas no PSE, visando ampliar o repertório de experiências com alimentos saudáveis, bem como explorar seu reconhecimento em crianças e adolescentes de escolas públicas localizadas no território de uma Clínica da Família no Município do Rio de Janeiro.
DESENVOLVIMENTO
A prática foi organizada a partir de um cronograma temático mensal planejado pela Clínica da Família e as escolas. O tema tratado visou promover a alimentação adequada com incentivo ao consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Foi elaborado um jogo de tabuleiro para ser jogado em equipes, o percurso era completado rodando uma roleta com tarefas contendo perguntas e experiências, experimentações com alimentos, chegando em primeiro lugar aqueles que tivessem maior número de acertos, tarefas executadas e experiências. Os desafios estimulam diferentes habilidades sensoriais e cognitivas. Cada desafio tinha um tempo limite para cumprir as tarefas. A atividade foi executada com turmas de 4° ano e 6° ano de diferentes escolas, contou com crianças de 7 e 8 anos e adolescentes entre 11 e 13 anos, sendo as abordagens, linguagens e a complexidade do jogo adaptadas para cada grupo etário.
RESULTADOS
As práticas conduzidas para as crianças contou com 4 grupos de 5 alunos, totalizando 20 crianças, a atividade foi ajustada para atender aquelas que estavam em fase de alfabetização. Identificou-se um desafio no reconhecimento de certos alimentos, como: canela, caju, pimentão, berinjela e outros, dando a entender um baixo consumo/exposição e aceitação a esses alimentos. Com os adolescentes foram feitos 5 grupos com aproximadamente 5 participantes. Ao longo das dinâmicas, observou-se grande interação, adesão à dinâmica e reflexão sobre as práticas alimentares cotidianas entre os adolescentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da experiência mostrar sua importância, com boa adesão de crianças e adolescentes e envolvimento das equipes de saúde e da escola, tais atividades ainda ocorrem de forma pontual e poderiam ser incorporadas com maior regularidade nos currículos escolares e em ações junto à unidade de saúde.