A saúde mental, no Brasil, vem sofrendo ao longo dos anos avanços e retrocessos no cuidado em saúde com as pessoas com transtornos mentais e usuários de álcool e outras drogas. Essa temática se agravou, principalmente, após a Pandemia Covid 19, que tem instigado a todos os setores da sociedade a desenvolver novas estratégias de gestão do cuidado, mediante a incorporação de tecnologias inovadoras e resolutivas. Objetivo: Descrever o Sistema de Acompanhamento de Internações Psiquiátricas – SISACIP como ferramenta inovadora de gestão do cuidado em saúde mental. Metodologia: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência vivenciado pela equipe do CAPS Ad Dr. Silas Munguba, da CORES III de Fortaleza – CE. Esta experiência se deu no período de setembro/2023 a abril/2024, com a testagem da terceira versão do SISACIP desde janeiro/2024. Esse Sistema foi desenvolvido pela SESA e implantado em Setembro de 2021 na Superintendência de Fortaleza, a primeira versão. Resultados: O SISACIP é uma ferramenta de gestão do cuidado em saúde mental que está na sua terceira versão, que permite acompanhamento sistemático dos usuários egressos de internação psiquiátrica com transtornos mentais e/ou pessoas com dependência química, elaborado pela Secretaria de Saúde do Ceará (SESA) e abraçado por todos os setores da sociedade (Ministério Público, Centros de Atenção Psicossociais, Hospitais Psiquiátricos e Leitos em Hospitais Gerais – públicos e privados), a alimentação desse sistema se dá no momento da internação e posterior alta do usuário pela unidade hospitalar e, posteriormente, complementação pelas equipes dos CAPS, através de acolhimento pela equipe multidisciplinar, atendimento médico e/ou busca ativa. O município de Fortaleza, em especial, está na vanguarda desse processo e sua (implantação e aprimoramento se dá por reuniões quadrimestrais com representantes da SESA, Secretaria Municipal de Saúde (SMS), equipes dos CAPS e dos Hospitais psiquiátricos e Gerais, e MP na concretude dessa inovação do cuidado. Nas reuniões são identificados falhas, ajustes e pactuações a serem tomados pelos envolvidos e, principalmente, na (re)elaboração dessa nova versão. O SISACIP conta com uma área de acesso individualizada para cada operador e com funções distintas. Além disso, possui dentro da sua página ícones principais que facilitam essa alimentação e busca dos operadores pelos usuários, tais como notificações, registros, movimentações e público. Conclusões: O SISACIP se configura como tecnologia inovadora na gestão do cuidado em saúde mental, uma vez que facilita o acompanhamento dos usuários egressos de internação hospitalar, fortalecendo a rede de cuidados e a efetividade destas para com os casos mais graves, evitando que esse usuário perca seguimento após alta hospitalar e priorizando o atendimento de base territorial pelos CAPS, através do acolhimento, consultas por especialistas, suporte medicamentoso, busca ativas, visitas domiciliares e outros. Também, essa metodologia busca evitar reinternações recorrentes e falhas terapêuticas. Assim, o SISACIP corrobora para essa nova realidade mundial que impulsiona novas formas de cuidar com a criação de programas, softwares, melhoria de sistemas de informação, telemedica e outros que favoreçam os princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde.
