TERRITORIALIZAÇÃO, DESASTRES, VIOLÊNCIA E VULNERABILIDADES: Desafios e Perspectivas para a Promoção da Saúde e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

  • Author
  • Izaltina Adão
  • Co-authors
  • Victoria Leslyê Rocha Gutmann , Marcela Possato Correa da Rosa
  • Abstract
  • Apresentação: Este trabalho aborda a interseção entre territorialização, desastres, violência e vulnerabilidades, e como estes influenciam a promoção da saúde e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Para isso, objetivou-se analisar como a compreensão dos territórios e suas especificidades pode contribuir para a formulação de políticas públicas eficazes que mitigam os impactos adversos na saúde das populações vulneráveis. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa, de modo a analisar a inter-relação entre territorialização, desastres naturais, violência e vulnerabilidades sociais. Resultados: Os resultados indicam que a territorialização, entendida como o reconhecimento das características específicas de cada território, é crucial para a implementação de políticas de saúde eficazes. Áreas com alta vulnerabilidade social e exposição a desastres naturais frequentemente carecem de infraestruturas adequadas e serviços de saúde, exacerbando os efeitos adversos sobre a população. A violência, tanto estrutural quanto interpessoal, também é um fator agravante, aumentando a sensação de insegurança e afetando negativamente a saúde mental e física das comunidades. As alterações climáticas afetam a vida e a saúde humanas de diversas formas, ameaçando os elementos essenciais para a boa saúde, como ar puro, água potável, alimentos nutritivos e abrigo seguro. Os custos diretos para a saúde são estimados entre 2 e 4 bilhões de dólares por ano até 2030. As áreas com infraestruturas de saúde fracas, especialmente em países em desenvolvimento, serão as menos capazes de lidar com a situação sem assistência para se prepararem e responderem. Diante disso, os ODS, especialmente aqueles relacionados à saúde e bem-estar (ODS 3), redução das desigualdades (ODS 10) e ação contra a mudança global do clima (ODS 13), oferecem um quadro estratégico para enfrentar esses desafios. No entanto, a implementação eficaz dos ODS requer uma abordagem integrada e intersetorial, que considere as especificidades territoriais e as múltiplas dimensões da vulnerabilidade. As políticas transformadoras enfatizam o princípio de "não deixar ninguém para trás", ancorado nos direitos humanos, igualdade de gênero, sustentabilidade, resiliência e responsabilização. As estratégias para promover a saúde devem ser integradas aos objetivos sociais, abordagens econômicas modernas e outros instrumentos que visem aumentar a equidade. Considerações finais: Conclui-se que a promoção da saúde em contextos de alta vulnerabilidade e risco requer uma compreensão aprofundada das dinâmicas territoriais e a integração de políticas públicas que abordem de maneira ampliada os fatores sociais, econômicos e ambientais. A territorialização das políticas de saúde pode potencializar a resiliência das comunidades, reduzir as desigualdades e promover um desenvolvimento sustentável mais equitativo. Recomenda-se que os formuladores de políticas adotem abordagens participativas, envolvendo as comunidades locais na identificação de necessidades e na co-criação de soluções, alinhando as ações com os objetivos dos ODS para garantir uma abordagem mais eficaz e sustentável. 

  • Keywords
  • Territorialização, Desastres, Violência, Vulnerabilidades, Promoção da Saúde, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Políticas Públicas
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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