Introdução: A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma síndrome respiratória de alta transmissibilidade. Foi descoberta na China e se alastrou a nível mundial provocando a pandemia da COVID-19. Considerando que inicialmente não haviam informações consistentes sobre o vírus e a sua história natural, e que a busca por uma solução imediata fomentou o surgimento de tratamentos duvidosos e muita desinformação, acentuou-se a necessidade de constantes adaptações dos serviços de saúde e dos profissionais da linha de frente para o manejo e o controle da doença. Além destas adaptações, tornou-se necessário o cumprimento das medidas de controle, em meio as atividades laborais desenvolvidas pelos profissionais de saúde. Logo, o objetivo deste estudo é relatar o desenvolvimento das atividades laborais dos profissionais de enfermagem em meio à dinâmica de infecção da COVID-19 em um hospital público no Norte do Brasil. Descrição da experiência: A experiencia ocorreu durante período de junho a agosto de 2022. Utilizou-se como técnica de coleta de dados a observação participante e registro em diário de campo, aplicados nas enfermarias de um hospital público no estado do Pará. Estas atividades foram desenvolvidas durante a pesquisa de campo vinculada ao mestrado acadêmico em uma instituição pública no Norte do Brasil. Tais visitas aconteceram em dias úteis e horários diurnos em parceria com o Núcleo de Epidemiologia Hospitalar. Resultados: Identificou-se uma tríade social (profissionais de enfermagem/saúde, pacientes e familiares) que interage de forma mútua em um ciclo de relações profissionais e afetivas durante os atendimentos em alas com e sem restrição para isolamento. Foi observado o comportamento de risco no hospital relacionado a utilização regular de máscara cirúrgica por profissionais de enfermagem durante a assistência indireta ou interação social com as equipes multiprofissionais, tanto em áreas assistenciais quanto administrativas. Outra dinâmica social observada envolve a negligência quanto as medidas preventivas de transmissão viral, uma vez que a higienização das mãos não era uma prática efetuada nos atendimentos da equipe de enfermagem. Após o período de observação e registro, realizou-se um mapeamento dos setores com maior notificação de profissionais com COVID-19 que precisaram ser afastados para tratamento. Nesta fase, a cultura de segurança foi incentivada pela gestão local e por medidas de educação em saúde, pois havia uma necessidade de fortalecimento das medidas preventivas como higienização de mãos e uso de máscara cirúrgica. Ao final do estudo, a instituição foi contemplada com a construção de um protocolo de boas práticas para enfrentamento à Covid-19, com conteúdo elaborado para o aperfeiçoamento profissional em treinamentos periódicos realizados pela Vigilância Epidemiológica, dada a necessidade de adaptação à realidade local. Considerações finais: Torna-se fundamental que a cultura de segurança seja incentivada entre os trabalhadores de saúde em âmbito assistencial para que as medidas de combate e prevenção a Covid-19 sejam efetuadas, com vista a redução do número de casos e prestação de uma assistência à saúde livre de riscos e danos.