Introdução: O Programa Saúde com Agente* (PSA) destinou-se à formação técnica de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Agentes de Combate à Endemias (ACE), em âmbito nacional, e ofereceu, 200.000 vagas na primeira edição. O curso foi híbrido com tutoria EAD e preceptoria sob supervisão de um profissional vinculado à Atenção Primária em Saúde (APS). Objetivo: relatar as atividades da preceptoria com nove estudantes em Santo Antônio de Itambé – MG em 2024. Relato da experiência: A preceptoria foi pactuada previamente com os atores da gestão local e executada por docentes da UFRGS. Adaptações de conteúdos da experiência prática, considerando o trabalho conjunto entre ACE e ACS, foram elaboradas com a equipe da preceptoria e grupo pedagógico da UFRGS. Durante 5 dias, atividades de dezesseis disciplinas foram realizadas de modo integrado. O cronograma foi pactuado com os estudantes, considerando a qualificação de sua práxis a partir do que já era feito em seu cotidiano que. Conhecimentos teóricos contemplados na tutoria foram abordados na prática juntamente com aspectos biológicos, socioambientais, promovendo uma reflexão sobre determinação social do processo saúde e doença com a mediação da preceptoria. Na perspectiva da aprendizagem significativa, o conhecimento e a experiência acumuladas dos estudantes, enquanto trabalhadores de saúde, estruturaram os métodos de ensino. Em local disponibilizado pela gestão, e organizado em forma de círculo, foram acionados recursos como dinâmica de apresentação a partir de narrativas de si, uso de folhas de papel pardo com diversos materiais empregados (para dinâmica sobre território), jogos de animação, encenações, debates, exibição de vídeos, treino de habilidades técnicas (sinais vitais e atendimento a vítima de acidentes com animais peçonhentos) e análise de registros de indicadores. Construções dos estudantes: Em saídas de campo, houve visita domiciliar e visita a pontos estratégicos para a vigilância epidemiológica e ambiental. Noções de território e saúde, práticas educativas na saúde, atenção aos ciclos de vida, saúde ambiental, entre outros, foram integradas entre ACE e ACS. Ao final de todos os encontros, era proposto um momento para que os estudantes expressassem suas percepções com relação ao aprendizado e à metodologia. Relatos de suas impressões eram compartilhados por meio de texto em grupo de whatsapp. Considerações Finais: Os estudantes compartilharam histórias de vida e representações da comunidade orientando-se pelo espaço geográfico e de relações interpessoais, conformando-se com o território-vivo. Encontraram-se com os elementos da áreas rurais e remotas como desafios para suas atividades, além da necessidade do diálogo intercultural demandado por saberes em saúde que enconrtram curandeiros pelos mesmos caminhos que passa o SUS. Caminho que é permeado pela presença de cursos d'água no alto da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. A partir do conhecimento agregado dos campos da saúde coletiva e outros saberes e práticas passaram ao acúmulo de experiências que já possuíam e nomearam desafios; a partir daí, descobriram estratégias e, para pensar soluções aos obstáculos do seu território e propor intervenções em acesso à saúde segundo o escopo de atuação dos ACS e ACE.