Introdução: Durante os 6 anos do curso de Medicina, pouco se fala sobre a saúde da população LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans e outras minorias sexuais e de gênero). No currículo obrigatório, há poucas horas para a discussão do assunto, feita de forma estereotipada e com reforço de estigmas sociais. Assim, surgiu a necessidade da formação extra-curricular que contemplasse as especificidades LGBTQIA+, o que culminou com a formação da Liga Acadêmica de Saúde LGBTQIA+ (LiAS+) em 2023. Nela, são discutidos temas e demandas específicos dessa população, impactando diretamente o atendimento dessas pessoas através da formação de profissionais de saúde capacitados. Objetivos: Relatar a experiência dos estudantes de Medicina participantes da LiAS+ dentro do contexto criado pela liga voltado ao estudo, promoção e prevenção em saúde bem como a proteção dos direitos da população LGBTQIA+. Metodologia: Estudantes participantes da liga se reúnem de maneira presencial ou online, mensalmente, para discutirem ou assistirem aulas sobre temáticas que circundam a população LGBTQIA+, sempre acompanhados por um docente ou profissional da psicologia responsáveis pela mediação da conversa/aula. As atividades teórico-práticas foram feitas com base em temáticas selecionadas pela diretoria e foram realizadas atividades em formato de aulas expositivas, laboratórios de simulação de atendimentos humanizados e rodas de conversa. Resultados: Os alunos participantes são chamados de “ligantes” e eles atuam nos canais de divulgação científica da liga e produzem conteúdo informativo para redes sociais baseados em evidência científicas e sob orientação da coordenação da liga. Os ligantes também participavam dos laboratórios de simulação de atendimentos humanizados mediados por um psicólogo, aprendendo, assim, a desenvolver uma escuta ativa durante os atendimentos médicos e fugindo do tecnicismo que reinava. Também se estabeleceu parceria com o grupo Viveração, coletivo voltado à homens gays e bissexuais vivendo com HIV/AIDS, para realização de rodas de conversa e acolhimento quinzenais na universidade com participação da Liga, permitindo aproximação da comunidade com a universidade.
Considerações finais: A participação na LiAS+ vem sendo uma oportunidade de aprendizado para todos os envolvidos. Ajustes ainda estão sendo feitos, uma vez que está em seu segundo ano, mas já se configura como um espaço seguro e de acolhimento para saúde LGBTQIA+ centrado na formação de profissionais de saúde sensibilizados e em diálogo direto com a comunidade.
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