Práticas Inovadoras na Formação dos Agentes Comunitários de Saúde: Riscos e Vulnerabilidades a Saúde e ao Meio Ambiente.

  • Author
  • Ana Beatriz Pinheiro Ferreira
  • Co-authors
  • Angélica Santos de Souza
  • Abstract
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    Introdução: São José de Ubá, segundo dados do IBGE, é o segundo menor município do estado do Rio de Janeiro, tendo uma população de 7.070 habitantes (censo 2022). O Município possui mais de 60% de seu território por zona rural, sendo um dos maiores produtores de tomate salada do Brasil. Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde - APS se torna crucial para a efetividade do cuidado aos trabalhadores rurais, através do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde - ACS, que atuam no apoio a prevenção de agravos, na identificação de fatores de risco, vulnerabilidades e danos a saúde. Para despenhar seu papel a contento, os ACS receberam conhecimento e formação técnico-científica por meio do Curso do “Programa Saúde com Agente” para realizar suas atividades de forma eficaz. Assim, o objetivo deste resumo é relatar a experiência da execução de uma atividade com a temática risco e vulnerabilidade ambiental no território realizada durante o Curso do “Programa Saúde com Agente”. Desenvolvimento: A concepção deste relato de experiência surgiu a partir de uma constatação crítica, enquanto preceptora, de uma necessidade local, trazida durante o Curso do “Programa Saúde com Agente”. O curso veio de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde - CONASEMS e o Ministério da Saúde. No contexto de um dos encontros presenciais, foi discutido sobre os Determinantes Sociais de Saúde e Fatores de Risco e propostas as seguintes atividades: Verificar se existe atividade de risco ambiental em seu território; identifique se existem pessoas em situação de vulnerabilidade ambiental; desenvolva atividade que você ACS poderia planejar e executar para auxiliar as pessoas em vulnerabilidades citadas. Resultados: A plantação de tomate remete muitos esforços, devido à fragilidade dessa fruta, ás condições do solo, clima e uma extrema sensibilidade as pragas, tornando esse trabalho muito exaustivo e arriscado, principalmente pelo uso desordenado de agrotóxicos. Com isso, as respostas foram avaliadas por grupos de ACS que fazem divisa entre seus territórios e planejada uma ação a partir dos fatores de risco e vulnerabilidades encontrados em comum. Os ACS realizaram uma tarde de visita nas lavouras durante o período da safra. Realizaram a distribuição de folhetos informativos sobre intoxicação por agrotóxico, alertando sobre os sinais e sintomas mais comuns, entrega de alguns materiais de proteção individual, atividade educativa sobre dispensação adequada das embalagens dos agrotóxicos usados e um café com roda de conversa dentro dos barracos construídos pelos próprios produtores. Considerações finais: Portanto, a partir desse relato de experiência torna-se possível a constatação de que a APS através dos ACS têm importante papel para contribuição no desenvolvimento de ações que tenham o objetivo de minimizar risco e vulnerabilidade ambiental nos territórios de sua responsabilidade. Cabe ainda salientar que agora como profissionais empoderados por meio da formação técnico-científica obtida no Curso do “Programa Saúde com Agente”, os ACS podem realizar ações em saúde, desde a identificação do risco, planejamento até a realização das atividades de promoção da saúde, tornando-se protagonistas do cuidado.

     

  • Keywords
  • Agente Comunitário de Saúde, Vulnerabilidade, Meio Ambiente, Formação
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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