Apresentação: O Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com Ênfase em Gestão de Redes de Saúde (PRMSC-Redes), dispõe de uma formação essencial para gestores no Sistema Único de Saúde (SUS). O programa tem como proposta principal formar profissionais qualificados e que atuem de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, capazes de gerar novas respostas frente aos desafios cotidianos dos serviços de gestão de redes, de forma regionalizada, articulada, interdisciplinar e integrada, com consciência crítica-reflexiva sobre o processo saúde-doença-cuidado. O objetivo do presente relato é elucidar como o espaço formativo do PRMSC-redes garante qualificação para o trabalho gerencial na saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência de residentes ingressos em uma Gerência Regional de Saúde (GERES) por meio do PRMS-Redes, direcionados pela Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco (ESPPE). Durante os dois anos da formação, os residentes são expostos a diferentes aspectos da saúde pública tanto através de disciplinas teóricas, quanto na prática profissional nos serviços em diferente locais das redes de saúde, incluindo políticas de saúde, epidemiologia, gestão de serviços de saúde, Vigilância em saúde, entre outros, com foco na gestão e governança dos dispositivos de saúde e redes temáticas prioritárias. A abordagem multiprofissional do programa promove a troca de conhecimentos e o contato com profissionais com experiência no SUS de diferentes áreas, ambientes e processos de trabalho. Ocorre acompanhamento pedagógico com profissionais especializados, contando com tutoria, orientação clínico-pedagógico e preceptoria, que incentivam além dos saberes técnicos, a construção de vínculos entre os próprios residentes, através do eixo Ético Humanístico e com a equipe pedagógica, por meio do portfólio contínuo, enriquecendo a formação e preparando os gestores para lidar com a complexidade do sistema de saúde e as relações humanas. Resultados: O programa de residência possui uma carga horária extensa (5.760 horas), porém fazem uso de diversas estratégias pedagógicas para alcançar o padrão-ouro da formação de especialistas em saúde pública para atuar como sanitaristas, compreendendo e potencializando a perspectiva de rede de atenção em saúde, que se constrói em uma região de saúde a partir da pactuação entre diferentes atores sociais. O aporte de conteúdo subsidiado pelo programa é capaz de instruir o profissional mais que qualquer outra forma complementar de formação, a exemplo das demais pós-graduações lato sensu que não contam com a carga horária ampla e a vivência que a residência apresenta. Considerações finais: A geração de profissionais capacitados e comprometidos com o gerenciamento do SUS, vão contribuir para a melhoria da qualidade e eficiência da gestão da saúde pública no Brasil, sendo necessário que a formação ensino serviço dos programas de residência sejam mantidos e aperfeiçoados em todo território nacional.
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