Apresentação: A sífilis é uma doença sistêmica milenar, transmitida via contato sexual ou vertical, causada pela espiroqueta Treponema pallidum. Em 2016, o município de Vitória reformulou seu plano de enfrentamento à sífilis, que passou a ser composto por oito eixos: captação precoce da gestante com sífilis; acompanhamento do pré-natal de todas as gestantes; ofertar tratamento adequado para a sífilis na população geral; monitoramento dos casos de sífilis adquirida; monitoramento das gestantes com sífilis e parceiros; monitoramento do plano; realização das açoes de prevenção para a sífilis na população geral e gestantes; e seguimento da sífilis congênita.
Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo com abordagem qualitativa, que incluiu as oito unidades de saúde da região de Maruípe: Andorinhas, Bonfim, Consolação, Bairro da Penha, Itararé, Santa Marta, Maruípe e São Cristóvão/Tabuazeiro.. Em cada uma, foram elencados três profissionais de saúde, sendo um(a) médico(a), um(a) enfermeiro(a) e uma referência em sífilis. Foam entrevistados 24 profissionais, com três perguntas que abordaram as facilidades, dificuldades e contribuições das ações de cada um dos oito eixos que compôem o plano de enfrentamento. As falas foram gravadas e transcritas literalmente, por meio do aplicativo Voice Noteped Speech to Test. O software de análise lexical utilizado foi o IRAMUTEQ, versão 7,2. Esta pesquisa foi submetida ao Comitê deÉtica em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo, e aprovada pelo Parecer nº 3.787.294, de 20 de dezembro de 2019, CAAE 25982319.6.0000.5060. Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados: Foram consideradas como facilidades, o acesso aos testes rápidos; o início precoce do tratamento da doença; o acesso facilitado às consultas de pré-natal; a oferta de Penicilina Benzatina e sua aplicação nas unidades de saúde, a existência de exames de monitoramento para a população geral e o acompanhamento de crianças expostas à sífilis. Como dificuldades, citaram-se a não procura da unidade de saúde para o início do pré-nata; dificuldades para a abordagem da população em risco social e o tratamento do parceiro. Por fim, como contribuições, o tratamento precoce e oportuno, a busca ativa realizada pelos agentes comunitários de saúde e as ações educativas para a prevenção das IST.
Considerações finais: A análise qualitativa do Plano de Enfrentamento da Sífilis pelos profissionais de saúde da região Maruípe proporcionou melhor conhecimento da problemática e põde oportunizar a realização de novas ações para melhorar a atenção pré-natal e, consequentemente, a prevenção da transmissão vertical da sífilis. Além disso, ôde evidenciar as lacunas persistentes no enfrentamento da sífilis na região supracitada. O estudo revelou falhas que ainda permeiam as estratégias, permitindo um conhecimento científico norteador de decisões.