O Sistema Único de Saúde (SUS), como ordenador da formação em saúde, constitui-se campo de prática para pesquisa e ensino em cursos de graduação e pós-graduações da saúde, além de outras ações educativas para o aprimoramento de trabalhadores. Reconhecendo a necessidade da inserção nos cenários de prática, os cursos de Enfermagem inserem os discentes no ambiente de trabalho para o desenvolvimento de habilidades da profissão. Nesse segmento, considerada uma modalidade padrão ouro em pós-graduação, a residência surge como uma estratégia para qualificar profissionais através da formação no serviço, com a finalidade de suprir as necessidades de saúde pública. No cotidiano do SUS, alunos da graduação e residentes se encontram, entretanto, sem articulação direta. Diante do exposto, este trabalho relata a experiência de uma enfermeira residente e uma estudante de graduação de Enfermagem do 8° semestre em estágio curricular, ambas na área da Gestão e Educação na Saúde e da interação desta equipe no campo de prática de uma Escola de Saúde Pública na Bahia. O processo de trabalho integrado se mostrou eficiente na medida que promoveu a articulação das atividades entre ambas resultando em uma ação educativa. Os diálogos entre residente e estagiária inicialmente se deram pela realização de uma análise de situação dos problemas existentes em uma dada coordenação. Após a identificação dos problemas priorizou-se a necessidade do fortalecimento da prática de avaliação em amplitude e em profundidade dos cursos. Um formulário eletrônico foi aplicado às trabalhadoras envolvidas na oferta e avaliação dos cursos para identificar as fragilidades que enfraqueciam o processo de avaliação. Diante do retorno, observou-se que um dos problemas estava relacionado ao uso da metodologia de avaliação utilizada pela Escola, demandando uma qualificação para as trabalhadoras. Deste modo, a equipe integrada de prática sob orientação do preceptor elaborou uma ação educativa. A atividade articulada entre estágio e residência e a troca mútua contribuíram com o aprendizado de ambas, fosse pelos conhecimentos não visualizados pela residente durante sua formação ou por aqueles não adquiridos ainda pela estagiária que vivenciava o campo de prática. Nesse sentido, a relação desenvolvida durante o processo de elaboração das atividades demonstrou a importância de perspectivas distintas no trabalho, uma vez que cada indivíduo traz consigo um pouco do conhecimento adquirido ao longo de suas experiências pessoais e profissionais. O envolvimento entre os diferentes níveis de formação no serviço, proporcionou a reflexão sobre a relevância da atuação do enfermeiro não apenas considerando a “ prática da assistência”, mas também outros cenários como o da educação na saúde. Logo, a colaboração entre residência e estágio de graduação valoriza o aprendizado e as oportunidades de formação, contribuindo para a qualificação profissional.