APRESENTAÇÃO: A dengue é uma arbovirose endêmica em climas tropicais e subtropicais transmitida pelo mosquito Aedes aegypti dividido em quatro sorotipos, causando sintomas que variam de febre alta a dores musculares e articulares severas. A dengue pode variar desde formas leves até graves, como a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, que podem ser fatais, os quais são mais comuns em pessoas que são infectadas pela segunda vez por algum sorotipo diferente ativando cascatas imunológicas que resultam em uma carga viral mais alta e uma resposta imune exacerbada. Dentre as principais afecções da forma grave, destaca-se a coagulopatia e a disfunção plaquetária, que envolve a redução na quantidade e na eficácia das plaquetas. O seu tratamento é voltado ao suporte, como hidratação adequada, controle da febre e da dor, evitar medicamentos contraindicados e consumo de alimentos de ricos em nutrientes essenciais, os quais desempenham papel crucial na recuperação de doenças. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo identificar os componentes alimentícios que exercem papel modulador dos sinais da dengue, sejam efeitos terapêuticos ou adversos. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura baseada em pesquisas em bases de dados científicas como PubMed e Scielor, utilizando as palavras-chave “dengue”, “alimentos” e “sintomas”. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos e descartados artigos privados pertencentes a revistas de acesso pago. Após a seleção inicial, foram revisados resumos e, posteriormente, textos completos. Os dados extraídos foram sintetizados qualitativamente, destacando a relação do artigo com o tema do trabalho. RESULTADOS: Foram selecionados 11 artigos relacionados ao tema. No entanto, não foram encontrados estudos que determinassem diretamente a relação entre alimentos e o desencadeamento de efeitos adversos relacionados aos sinais de dengue em suas diferentes formas, dentro do intervalo de tempo indicado. A totalidade de trabalhos analisados referem-se aos efeitos terapêuticos positivos de substâncias presentes em alimentos. Estudos in vitro indicam que extratos metanólicos das plantas: dente-de-leão (Taraxacum officinale) e urtiga (Urtica dioica), bem como extratos de alguns cogumelos culinários (L. rhinocerotis, P. giganteus, H. erinaceus e S. commune), apresentam atividade inibitória na replicação do sorotipo 2 do vírus da dengue. Além destes, flavonoides como quercetina, naringenina, mangiferina, geraniina, punicalagina e lectinas de frutas comestíveis demonstraram a mesma função. Houve também a identificação de eritrosina B (corante industrializado) e curcumina (alçafrão-da-terra) na inibição da NS2B-NS3 protease, uma enzima vital do vírus da dengue, responsável pela clivagem de proteínas virais precursoras em proteínas funcionais, essenciais para a replicação e montagem do vírus. Ademais, foi atestado a ação do extrato de folhas de mamão (Carica papaya) na trombopoiese, prevenção da entrada e replicação viral, diminuição da trombocitopenia associada a dano oxidativo e redução do vazamento vascular. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, através da análise realizada, foi apresentada a presença de substâncias com atividade terapêutica em plantas, cogumelos, frutas, temperos e corante, os quais podem reduzir a replicação do vírus da dengue, apesar de não ser encontrada evidência do contrário.