O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) é fruto de uma articulação interministerial entre a saúde e a educação, coordenado pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), com foco na qualificação do ensino-serviço-comunidade a partir das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2022 foi lançado a sua 10ª edição com o tema Gestão em Saúde e Assistência à Saúde, havendo em Niterói a articulação entre a Universidade Federal Fluminense e a Secretaria Municipal de Saúde para a condução do projeto no município. O preceptor esteve vinculado ao Grupo Tutorial nº 03 – Procedimentos na Atenção Primária em Saúde, acompanhando o processo formativo de quatro bolsistas graduandos do curso de Farmácia em diferentes períodos letivos. Objetivo: Desta forma, o objetivo deste relato é descrever a experiência de um farmacêutico na preceptoria da 10ª edição do PET-Saúde em um CAPSij no Estado do Rio de Janeiro no período de 2022/2023. Resultados: Após a realização de oficinas de integração facilitadas na universidade, o grupo foi acolhido no campo de prática pelo preceptor e pela gerência, posteriormente sendo apresentados em reunião geral à equipe multiprofissional do serviço. Nos primeiros meses os alunos foram se ambientando ao processo social complexo que é a Reforma Psiquiátrica, com a apresentação dos dispositivos e equipamentos componentes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município, além das múltiplas formas de cuidado na perspectiva da clínica ampliada. Nesse cenário, foi possível compartilhar o processo de trabalho do farmacêutico em CAPSij que tem sido atravessado por questões relacionadas aos medicamentos tais como o gerenciamento destes na unidade, além da assistência voltada aos usuários e familiares com vistas à promoção da autonomia e corresponsabilização no cuidado fundamentada pela lógica do cuidado farmacêutico. Nos momentos da preceptoria as discussões eram conduzidas a partir da utilização de referências bibliográficas, recursos audiovisuais e/ou situações-problemas, tendo em vista a qualificação da assistência farmacêutica no serviço. Durante o período em que os alunos fizeram parte da equipe, foi possível percebê-los inseridos em outras frentes de trabalho externas ao núcleo da farmácia como o acolhimento, a convivência, os atendimentos compartilhados, as educações permanentes em reuniões gerais de equipe, as oficinas e os grupos terapêuticos, além das ações no território, sempre acompanhados por profissionais atentos à coprodução da autonomia. Considerações finais: As reuniões de preceptoria se davam de maneira uniprofissional, tendo em vista o fortalecimento do núcleo de saber da categoria farmacêutica, e nesse sentido identificou-se a necessidade de ampliação das discussões em uma perspectiva multiprofissional para a aquisição de novos conhecimentos a partir de uma aprendizagem colaborativa adequada à realidade social, desenvolvendo a capacidade de ação-reflexão-ação, ampliando e aprimorando as práticas de transformação no campo da saúde mental infantojuvenil.