Apresentação: O Programa Nacional de Imunização (PNI) estabelece o esquema básico de vacinação da população, incluindo as crianças, que são expostas desde o nascer a procedimentos invasivos, a exemplo da vacina contra Hepatite B, representando uma das primeiras experiências dolorosas desse indivíduo. A influência da dor sem o manejo adequado, no cérebro em desenvolvimento da criança, especialmente em bebês, se dá através de déficits motores, cognitivos e comportamentais, além de carregar traumas até a vida adulta, prejudicando a realização de procedimentos futuros da mesma natureza. Neste sentido, existem diretrizes que apontam a amamentação como uma alternativa eficaz no manejo da dor durante a administração da vacina contra Hepatite B. Estudos demonstram que crianças amamentadas concomitantes à administração de vacinas apresentaram tempo de choro menor se comparado aos que não foram amamentados. Objetivo: Relatar a experiência de estudantes de um grupo de pesquisa de enfermagem ao observar a oferta de aleitamento humano como forma de manejo e redução da dor durante a aplicação da vacina contra Hepatite B em uma unidade hospitalar pública. Desenvolvimento do trabalho: Consiste em um relato de experiência de estudantes de enfermagem que participam de um programa de extensão vinculado à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) na Bahia, e foi desenvolvido em unidades de alojamento conjunto de um hospital de média complexidade. A experiência ocorreu nos meses de fevereiro a março de 2024, onde os estudantes e docentes da universidade acompanharam as técnicas de enfermagem responsáveis pela vacinação no hospital durante a aplicação da vacina da Hepatite B no recém-nascido (RN). As mães eram abordadas no leito e explicava-se sobre o manejo da dor através do aleitamento e, logo após eram questionadas se desejavam realizar o manejo da dor com o aleitamento humano. Após a autorização da mãe, era iniciado o protocolo de execução que foi estabelecido por: manter por 3 minutos o RN sem estímulo no colo da mãe, 5 minutos com o RN mamando no seio e aplicação da vacina pela técnica de enfermagem. Após a aplicação da vacina, manter o RN sugando o seio por mais 2 minutos para bloqueio dos estímulos dolorosos. Caso fosse identificado que a mãe apresentava alguma dificuldade para posicionar o RN, era oferecido auxílio e orientações sobre o posicionamento do RN. Resultados: Foi observado que os RN amamentados durante a vacinação contra hepatite B apresentaram menor expressão de dor e menor tempo de choro, O efeito analgésico é explicado pela presença, principalmente no colostro, de beta-endorfinas e triptofano, ambos precursores da melatonina, que faz aumentar a concentração dos mecanismos para os efeitos nociceptivos do leite. Além disso, mostraram-se mais calmos e tranquilos após o procedimento. Em relação às mães, demonstraram alívio, satisfação e segurança, além do estreitamento dos laços na díade mãe-filho. Considerações finais: A amamentação foi eficaz como medida para alívio da dor e como medida de vínculo mãe-bebê, além de possibilitar o manejo da dor com mais eficiência na administração do imunobiológico, sendo uma medida considerável em termos de propiciar conforto no procedimento.
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