Apresentação: A equidade na saúde indígena é um tema de grande relevância e complexidade no Brasil. Os povos indígenas enfrentam diversos desafios no acesso e na qualidade do atendimento primário à saúde, refletindo disparidades históricas e sociais. Segundo o IBGE, a expectativa de vida dos povos indígenas é inferior à média nacional, evidenciando as desigualdades. A infraestrutura limitada, a distância geográfica, e as barreiras culturais e linguísticas são obstáculos significativos que dificultam o atendimento adequado e integral a essas comunidades. A humanização dos serviços de saúde emerge como um elemento crucial para garantir um atendimento eficaz e respeitoso, considerando as especificidades culturais e sociais dos povos indígenas. A promoção da equidade e a valorização da diversidade cultural são fundamentais para assegurar a justiça social e o direito à saúde dessas populações. O presente estudo vida analisar os desafios enfrentados no atendimento primário à saúde dos povos indígenas no Brasil e destacar a importância da humanização dos serviços como uma estratégia fundamental para promover a equidade e a inclusão dessas populações no sistema de saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo de revisão sistemática da literatura, abrangendo artigos publicados entre 2019 e 2023. As bases de dados consultadas incluem MEDLINE, Scopus. Os descritores utilizados na pesquisa foram: "equidade na saúde indígena", "atendimento primário à saúde", "humanização na saúde" e "povos indígenas". Foram considerados apenas estudos que abordaram intervenções no Brasil, excluindo revisões e estudos teóricos. Resultados: A revisão da literatura identificou desafios significativos no atendimento primário à saúde dos povos indígenas, incluindo infraestrutura inadequada, escassez de profissionais capacitados e barreiras geográficas. Além disso, diferenças culturais e linguísticas dificultam a comunicação e a confiança entre profissionais de saúde e comunidades indígenas. A humanização dos serviços, com a valorização das tradições indígenas, mostrou-se essencial para melhorar a qualidade do atendimento. Políticas públicas como os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e a Estratégia Saúde da Família (ESF) adaptada são avanços importantes, mas necessitam de melhorias contínuas e maior inclusão das comunidades indígenas no processo de planejamento. A equidade é um princípio fundamental nas políticas públicas de atenção primária à saúde indígena, pois enfatiza a necessidade de uma atenção específica às diversas populações, respeitando as diversidades étnicas, socioculturais e regionais. Esse conceito tem um impacto significativo na dimensão científica, ao orientar a qualificação profissional frente às diversidades étnicas na saúde. Considerações finais: A equidade na saúde indígena é não apenas um princípio ético, mas uma necessidade imperativa para garantir o acesso universal e justo aos serviços de saúde. Ao reconhecer e valorizar as particularidades culturais e sociais das comunidades indígenas, podemos promover uma saúde mais inclusiva e humanizada. É essencial que políticas públicas e práticas de saúde sejam continuamente orientadas pela equidade, assegurando que todos os povos, independentemente de sua origem ou contexto, recebam o cuidado digno e respeitoso. Recomenda-se a implementação de programas de formação contínua para profissionais de saúde sobre a diversidade cultural e o fortalecimento das políticas de participação comunitária.