Apresentação: O Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo e sua
taxa de encarceramento vem aumentando ao longo dos anos. Em contrapartida, pioram
as condições de vida no cárcere, afetando diretamente a saúde desta população. O
tabagismo é um problema de saúde pública, sendo importante fator de risco para Doenças
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e seus agravos são potencializados pelas condições de vida
insalubres no cárcere, como baixa ventilação, umidade, sujidade, baixa luminosidade e a
superpopulação. Considerando a saúde como direito constitucional entendida em seu
conceito ampliado, é de suma importância implementar ações de controle do tabaco no sistema
prisional. O objetivo do estudo é relatar a experiência de prática interdisciplinar de
controle do tabaco com população privada de liberdade. Desenvolvimento do trabalho:
Trata-se de relato de experiência de prática interdisciplinar de controle do tabaco em um
presídio da zona da mata mineira. As ações ocorreram entre os meses de abril e julho de
dois mil e dezenove. Nesse sentido, participaram docentes, estudantes e trabalhadores do presídio. Resultados: As
ações foram organizadas em quatro etapas: 1) identificação dos dependentes de tabaco
que necessitavam do uso de bupropiona; 2) aviso aos familiares e privados de liberdade
que a partir de julho não entraria mais tabaco no presídio, induzindo-os a autogestão do
consumo, com redução gradativa; 3) educação em saúde sobre os efeitos da abstinência
ao tabaco e 4) consulta de enfermagem para acompanhamento. Considerações finais:
Desde 2019 o presídio é livre do tabaco mediante de parceria entre universidade e
sistema prisional, fortalecendo a integração ensino-serviço e interdisciplinaridade.