Apresentação: O cotidiano no cárcere é marcado por superlotação, insalubridade e barreiras de acesso à saúde, as quais trazem desafios para a produção do cuidado e autocuidado. O objetivo do estudo foi conhecer os significados de cuidado e autocuidado para uma população em situação de cárcere. Desenvolvimento do trabalho: Pesquisa qualitativa, realizado em uma Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) em um município do interior de Minas Gerais. Participaram 15 recuperandos e a coleta de dados foi realizada por meio de entrevista aberta, orientada por roteiro semiestruturado, entre os meses de outubro e dezembro de dois mil e vinte e três. Em seguida, foi realizada a Análise de Conteúdo de Bardin. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer: 6.187.415. Resultados: Os significados de cuidado contemplam prevenção de agravos com o corpo, mobilizando ações de autocuidado como adesão medicamentosa, alimentação saudável, atividade física e sono. Integram, ainda, aos significados de cuidado perspectivas mais abrangentes e alinhadas com o paradigma da integralidade ao atribuírem sentidos como cuidado com as relações e o cuidado de si, entendido como a capacidade de pensar sobre si mesmo. Ademais, a prática da espiritualidade é entendida como significado de cuidado ao ajudá-los a tomar decisões respeitosas. Considerações finais: O cuidado integral no cárcere inclui promover práticas de promoção da saúde física, mental e espiritual por serem coerentes com os processos de subjetivação sobre cuidado e autocuidado desta população. Ademais, práticas sobre relações com o outro e reflexões sobre si e sobre a vida podem fazem sentido aos privados de liberdade.