No Brasil, de acordo com as Metas Globais de Nutrição e da Agenda 2030, pactuadas junto à Organização da Nações Unidas (ONU), as taxas de amamentação a serem alcanças até 2025 é de 50% de amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida e de 70% até 2030. De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), a prevalência de aleitamento materno exclusivo em menores de 6 meses, no Brasil, é de 45,8% e no Centro-Oeste é de 46,5%. Socialmente vista como um ato natural, porém, a amamentação se dá pelo processo de aprendizagem, seja ele tradicional ou transgeracional ou ancestral. No mês de agosto de 2023 foram realizados nove minicursos durante a realização do e II Encontro Mato-Grossense de Alimentação Complementar Saudável – III EMAMA e II EMACS 2023, realizado pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso para profissionais e estudantes da saúde e de outras áreas, sociedade civil organizada e comunidade interessada, para benefício da saúde integral de crianças pequenas, suas famílias, na compreensão de que amamentação é diversa e inclusiva e que todas as pessoas envolvidas precisam se sentir pertencentes na complexidade de seus processos. Nesse contexto, foram propostos e trabalhados os seguintes temas: "Amamentação Diversa e Inclusiva: foco da População LGBTQIAPN+", na percepção de um ambiente de cuidado mais inclusivo e sensível às necessidades desta população, melhorando a qualidade do atendimento e a sua saúde geral; "Amamentação e Aconselhamento", demonstrando a necessidade de equilíbrio das atividades técnicas no manejo clínico e ampliado da amamentação com as habilidades de comunicação; "Amamentação é Legal: saiba como proteger a amamentação em seu município", compreendendo que a publicidade e a comercialização das fórmulas infantis, bicos, chupetas e mamadeiras influenciam negativamente na amamentação, podendo causar o desmame precoce; "Amamentação e Saúde da População Negra", o direito a amamentação com equidade racial, levando em consideração as iniquidades raciais e os determinantes sociais em saúde; "Fórmulas infantis industrializadas: marketing versus evidências", refutando os benefícios propagados pela indústria, através de informações confiáveis em relação ao uso de fórmulas infantis industrializadas; "Freios orais e amamentação: impactos e evidências", distinguindo as normalidades e anormalidades anatomofuncionais dos freios orais, e os impactos das alterações na amamentação, respiração, mastigação e fala; "Método Canguru: um convite ao fortalecimento da rede de serviços para a efetivação de direitos", discutindo práticas como o contato pele a pele, para aumento das taxas de amamentação; "O que as pesquisas nos mostram sobre os bebês e seus saberes", reconhecendo saberes, competências e habilidades dos bebês, mesmo antes de seu nascimento, na expectativa de atualizar o olhar dos profissionais; "Práticas naturais e ecológicas para gestação, parto e amamentação", o estabelecimento de práticas naturais e ecológicas no processo de gestar, parir e amamentar. Foram capacitados, aproximadamente, 300 profissionais, totalizando 573 certificados emitidos para participantes e facilitadores pela Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso. Os minicursos ofertados poderão contribuir, significativamente, na promoção da equidade e de uma amamentação mais diversa, inclusiva e pertencente no Estado de Mato Grosso.