Apresentação: A Atenção Primária em Saúde (APS) possui papel fundamental na garantia de acesso, resolutividade e controle de doenças e agravos na população. No entanto, a necessidade de internações decorrentes de complicações de doenças e agravos crônicos, que deveriam ser controlados e prevenidos pela APS, revela uma fragilidade na rede de Atenção à Saúde. Assim, faz-se necessário conhecer as características sociodemográficas que tem levado a hospitalização por agravamento evitáveis de doenças para que estratégias de saúde sejam melhor elaboradas, evitando danos e problemas sociais. O objetivo deste estudo é analisar as principais causas de internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no estado de Alagoas, comparando-as com os demais estados da Região Nordeste. Desenvolvimento do Trabalho: Estudo quantitativo e descritivo transversal, baseado em dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) depositadas no DATASUS. A coleta de dados incluiu internações e óbitos por condições sensíveis à APS, além de variáveis sociodemográficas como sexo, idade e cor/raça. Foram analisados os dados da população adulta e infantil do Estado de Alagoas e comparados com os demais estados do Nordeste. As condições sensíveis foram classificadas conforme a Portaria do Ministério da Saúde nº 221/2008. Resultados: Entre 2017 e 2022, Alagoas registrou 121.425 internações por condições sensíveis à APS. As principais causas foram doenças cerebrovasculares (16,05%), gastroenterites infecciosas (14,29%) e insuficiência cardíaca (10,85%). O estudo revelou uma alta taxa de óbitos, totalizando 10.960 durante o período analisado. A comparação com outros estados nordestinos mostrou que Alagoas possui índices similares de ICSAP, com destaque para a predominância de doenças cerebrovasculares, insuficiência cardíaca e gastroenterites infecciosas. O estudo também destacou disparidades demográficas: as internações foram mais frequentes entre mulheres (62.920) e pessoas autodeclaradas pardas (61.501). A faixa etária mais afetada foi a de 60 anos ou mais, evidenciando a vulnerabilidade dos idosos. Considerações Finais: As internações no Brasil entre 2017 e 2022 por condições sensíveis à atenção primária revelam uma significativa carga de hospitalizações evitáveis, com especial destaque para a região Nordeste e o Estado de Alagoas. Doenças cerebrovasculares, insuficiência cardíaca e gastroenterites infecciosas predominam em todo o país, indicando a necessidade urgente de políticas de prevenção e tratamento mais eficazes. A hipertensão arterial se apresenta como um fator crítico, reforçando a importância de programas de saúde pública. As disparidades nas internações por sexo, idade e raça/cor apontam para a urgência de uma abordagem mais equitativa e inclusiva na saúde pública. Portanto, é essencial implementar estratégias que reduzam desigualdades e melhorem a qualidade de vida da população, focando na prevenção e no tratamento precoce de condições de saúde.