Apresentação e Objetivo: As práticas médicas e pedagógicas na medicina precisam dar enfoque ao significado do cuidado integral à saúde, com ações interdisciplinares e humanizadas capazes de unir o conhecimento das ciências biológicas ao das humanas e sociais. Este relato de experiência objetiva relatar a importância de se ter um núcleo, no curso de medicina, que se debruce no acolhimento às neurodivergências, diversidades e pluralidades do existir, além de utilizar a arte como recurso potencializador do processo ensino-aprendizagem e de humanização da formação médica. Desenvolvimento: Diante das responsabilidades éticas e científicas atuais, elaborou-se, desde setembro de 2022 (de início como um projeto e em 2024 como núcleo), o intitulado Divercittà, no curso de medicina do IDOMED-Città. O núcleo, através de mentoria e suporte, atinge todos os níveis educacionais, contribuindo para que estes garantam locais adaptados para receber as neurodivergências, diversidades e pluralidades do existir, preparando todos os atores da engrenagem da educação (discentes, docentes, responsáveis, instituições de ensino/saúde entre outras da sociedade e seus profissionais) tanto em atitudes, como teoria e conscientização. O Divercittà tem as seguintes vertentes: 1) atendimento pedagógico, verificação de neurodivergências e adequação curricular e/ou ambiental; 2) arte enquanto recurso pedagógico das disciplinas e processo institucional de humanização; 3) ações no que tangem às vulnerabilidades, diversidades, pluralidades e humanização.? Dentre as atividades realizadas pelo núcleo até os dias atuais têm-se: atendimento individualizado aos alunos de medicina com neurodivergências, tanto para o diagnóstico, como na adaptação curricular; atividades com arte para o processo de ensino-aprendizagem; dinâmicas no mês da mulher e sobre doenças raras; formação para os docentes sobre autismo; vivência de cooperação calouro-veterano; acolhimento ao aluno transferido; atividade artística e reflexiva na disciplina de Humanidades no primeiro período de formação acadêmica; envio de folhetim com temas de humanização; e ação de educação em saúde em escolas municipais da região. Resultados: Falas, experiências, dificuldades e conquistas trazidas por todos os envolvidos no contexto e realidade acadêmica se aproximam, cada vez mais, para a compreensão de qualquer situação-problema ou para propor novas formas de aprendizagem, práticas e convivência social nas instituições. Entende-se que a aprendizagem significativa, não é um simples compósito de conhecimentos, saberes e práticas desarticulados, mas que se compõem de acordo com as necessidades em descrever, analisar, explicar e/ou interpretar a realidade que deseja estudar, avaliar ou transformar. Diante das falas dos alunos e docentes acompanhados pelo núcleo, certifica-se o quanto as uniões entre artes x biologia, ocupações humanas x produção de saúde, indivíduo x coletividade, sintomas x humanidades são possíveis na medicina para que os discentes aprendam sobre a promoção da vida, saúde e bem-estar humano, em seus diferentes ciclos, necessidades e pluralidades do existir. Considerações finais: O atual núcleo afirma o quanto a educação médica tem responsabilidades ética e científica em demonstrar para os discentes, docentes, familiares e sociedade que é possível uma pedagogia reflexiva, que respeita as diferenças e diversidades em todos os âmbitos, além de reforçar que a arte é recurso importante para o aprendizado e para a humanização da medicina.