Apresentação: A regionalização é imprescindível para o entendimento das necessidades de saúde dos territórios. Por ser indispensável no planejamento em saúde, o objetivo do trabalho foi entender a distribuição da leptospirose nas macrorregiões de saúde do Rio Grande do Sul (RS) em 2022, de forma a auxiliar a elaboração de estratégias no sentido da prevenção de agravos em contextos emergenciais. Desenvolvimento do trabalho: Tratou-se de um estudo ecológico exploratório de múltiplos grupos, com foco na incidência e na mortalidade por leptospirose nas macrorregiões do Rio Grande do Sul em 2022. Os dados de notificação de leptospirose foram extraídos do SINAN, disponíveis no DATASUS. Os dados referentes aos óbitos por leptospirose foram extraídos da aba “mortalidade desde 1996 - pela CID 10”, na classificação A27. Os dados de regionalização em saúde do RS, bem como da população dessas macrorregiões foram extraídos do site da Secretaria de Saúde do estado do Rio Grande do Sul. A taxa de incidência por leptospirose foi calculada a partir da divisão do número de casos pela população de cada macrorregião x 100.000. A taxa de mortalidade foi calculada a partir da divisão do número de óbitos pela população de cada macrorregião x 100.000. Assim, as letras “y” e “z” representam as taxas brutas de incidência e de mortalidade por 100.000 habitantes, respectivamente. Resultados: A taxa de incidência média de leptospirose no estado do RS para o ano de 2022 foi de 2,48. As macrorregiões Norte e dos Vales tiveram incidências superiores à média para o estado. O coeficiente de variação encontrado para a incidência nas macrorregiões no ano de 2022 foi de 61,29% (2,74±1,68). Das sete macrorregiões de saúde, a macrorregião dos Vales apresentou a maior taxa de incidência de leptospirose (y=6,31), seguida pelas macrorregiões Norte e Missioneira (y=3,21 e y=2,43, respectivamente). A taxa de mortalidade média por leptospirose no estado do RS em 2022 foi 0,12 e as macrorregiões Missioneira, Vales e Metropolitana tiveram mortalidades superiores à média para o estado. O coeficiente de variação encontrado para as mortalidades nas macrorregião foi de 84,30% (0,11±0,09). A macrorregião Missioneira apresentou maior mortalidade (z=0,23), seguida da macrorregião dos Vales, Metropolitana, Centro-oeste e Norte (z=0,22; z=0,16; z=0,09 e z=0,08, respectivamente). As demais macrorregiões não apresentaram óbitos por leptospirose. Considerações finais: A macrorregião dos Vales apresentou maior incidência de leptospirose e foi a segunda com maior mortalidade para essa zoonose e, assim, deve receber maior atenção das estratégias de prevenção de agravos e óbitos. A macrorregião Missioneira também deve ser considerada uma vez que apresentou a maior mortalidade e a terceira maior incidência do estado.