Vivências de uma enfermeira psiquiátrica no " Clube da esquina"

  • Author
  • Lirys Figueiredo Cedro
  • Co-authors
  • Donizete Vago Daher
  • Abstract
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    Apresentação: Relato de experiência sobre a vivência de uma enfermeira no “Clube da Esquina”, espaço onde se reúnem pacientes psiquiátricos e profissionais em momentos lúdicos de trocas de experiências. Objetivo: Relatar a dinâmica de funcionamento do “Clube da Esquina” e a prática do enfermeiro neste espaço. Desenvolvimento: Espaço criado em 18 de maio de 1996, por um grupo de profissionais da saúde que vislumbraram acolher pacientes psiquiátricos nos dias de sábado para atividades lúdicas. Atualmente este funcionamento se mantém semanalmente, aos sábados em um espaço cedido pelo Centro de Reabilitação da Infância da Mocidade (CARIM/UFRJ) e pelo Hospital-Dia Centro de Psiquiatria Rio de Janeiro (CPRJ). Conta, também, com a parceria do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (IPUB-UFRJ). Ressalta-se que há revezamento entre as instituições para a realização quinzenal dos encontros. A denominação “Clube da Esquina” é metafórica, e deve-se ao fato de que é nas esquinas onde muitos se encontram. Quando os encontros ocorrem no IPUB, os pacientes são acolhidos com um café da manhã. Podem assim ouvir música e ou participar de algum jogo como por exemplo, dominó ou quebra cabeças. Aproveita-se desse momento lúdico, para se ofertar possibilidades de escolha relacionadas a saídas para passeios. Essa escolha é feita mediante votação entre as opções ofertadas. Já, no Hospital-dia do CPRJ, o paciente além do acolhimento com o café coletivo, também realiza o almoço no local. As atividades são um pouco distintas em relação às do IPUB. Costuma-se também direcionar os pacientes a uma sala denominada “discoteca” na qual há um acervo de discos de cantores catalogados em ordem alfabética. Neste espaço podem livremente escolher as músicas que gostariam de ouvir e assim montar uma playlist das músicas favoritas que passam a ouvir. Ao ouvirem a música muitos demonstram alegria cantarolam, dançam e o ambiente torna-se acolhedor. Estas atividades ocupam toda a manhã. A tarde todos são direcionados à sala da videoteca, e escolhem um filme ao qual tem interesse. O papel do enfermeiro é a de acolher e de facilitar o entrosamento e estar atento e disponível para o acompanhamento e assistência, principalmente, àqueles com dificuldade de deambular e de se comunicar, como os idosos. Há espaço para comentários sobre os filmes e o enfermeiro faz, também, a mediação neste momento. Resultados: Esse conjunto de atividades realizadas pelo “Clube da Esquina”, vêm proporcionando a inclusão social destes sujeitos, uma vez que amplia seu espaço de convivência e de relações sociais. Todos os sujeitos expressam por gestos e por olhares suas alegrias vivenciadas assim como pelo compartilhamento do dia, pois ali tem a oportunidade de realizar o que não conseguem vivenciar em outro lugar. Além disso, resgatar a identidade de enfermeiro nestes espaços, é considerado desafiador e inovador. Considerações Finais: O enfrentamento dos desafios para minimizar a discriminação social e fomentar o protagonismo desses sujeitos tem sido fundamental para o bem-estar biopsicossocial. Isto se deve à dedicação de profissionais envolvidos, que criam possibilidades por meio de espaços como este do “Clube da Esquina”.

     

  • Keywords
  • Cuidado;Enfermeiro; Saúde Mental.
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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