Apresentação: O acompanhamento de pré-natal de alto risco é recomendado em situações em que as gestantes apresentam características individuais, história reprodutiva anterior e atual, condições sociodemográficas e condições clínicas prévias à gestação que podem trazer risco aumentado de complicações durante a gravidez o parto e o puerpério. Nesse sentido, o acompanhamento de enfermagem no pré-natal de alto risco é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar do binômio materno-fetal. No contexto ribeirinho do Amazonas, existem dificuldades para a realização de consultas subsequentes de pré-natal, uma vez que a principal forma de acesso aos serviços de saúde da zona urbana é através da via fluvial. Além disso, muitas mulheres moram em comunidades distantes da zona urbana, o que compromete a assiduidade nas consultas. Objetivos: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem durante o atendimento a uma gestante com classificação de pré-natal de alto risco. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, de acadêmicos do 10º período do curso de bacharelado em enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia – ISB da Universidade Federal do Amazonas. O relato ocorreu durante o atendimento a uma paciente, classificada com o pré-natal de alto risco devido a gravidez gemelar de 34 semanas e 2 dois dias com apenas 4 consultas de pré-natal, na Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Coari, Amazonas. Resultados: Durante a assistência, houveram diversas condutas de enfermagem aplicadas como medição da altura uterina, manobras obstétricas para identificar o fundo uterino, posição do dorso fetal, apresentação e insinuação, bem como a verificação dos Batimentos Cardíacos Fetais (BCF). foi possível identificar que um dos fetos estava à direita materna em apresentação cefálica e o outro à esquerda materna em apresentação pélvica. Ambos os fetos possuíam movimentos fetais e som audível na ausculta do BCF. Além disso, a gestante foi encaminhada novamente ao serviço especializado de Pré-Natal de Alto Risco (PNAR), pois, conforme registro na caderneta já havia sido encaminhada no início da gestação, no entanto, não conseguiu realizar os atendimentos no PNAR. Outras condutas como encaminhamento ao odontologista, prescrição de sulfato ferroso e ácido fólico e solicitação dos exames do 3º trimestre gestacional, também foram realizadas. Considerações finais: É indispensável promover ações que facilitem o acesso ao pré-natal para gestantes no contexto amazônico, visando a manutenção da saúde das mulheres e dos bebês. Um exemplo prático seria o investimento em mais Unidades Básicas de Saúde Fluvial, o que facilitaria o acesso ao pré-natal para gestantes de comunidades rurais de difícil acesso. Esta experiência se mostrou de fundamental importância para os acadêmicos de enfermagem, pois possibilitou a visualização das especificidades dos povos tradicionais do Amazonas, e dessa forma garantir a luta pelo aperfeiçoamento das políticas públicas de saúde no contexto amazônico.