A LEPTOSPIROSE NOS ESTADOS DA REGIÃO SUL NO ANO DE 2022

  • Author
  • Pedro Ribeiro Braga
  • Co-authors
  • Beatriz de Almeida Berbet , Gabriela Nascimento Gonçalves , Leonardo Rosa Monjeló , Paula Caldas do Couto
  • Abstract
  • Apresentação: A leptospirose, transmitida por meio da exposição direta ou indireta à urina de roedores infectados pela bactéria do gênero Leptospira, é um problema importante para a saúde pública, principalmente no Brasil, pois está muitas vezes associada à falta de infraestrutura adequada, como dos serviços de saneamento, especialmente nos grandes centros urbanos. Assim, em uma mesma região do país, estados diferentes podem apresentar distintos índices de incidência e letalidade. Sabe-se que episódios de enchentes são fatores facilitadores para o contágio da doença e a tragédia humanitária ocorrida em maio de 2024 no Rio Grande do Sul traz à tona um histórico considerável do fenômeno na unidade federativa. Desta forma, o objetivo do trabalho é avaliar se o estado em questão apresenta superioridade em relação aos demais estados da região sul, quanto aos índices de incidência e letalidade. Metodologia:Trata-se de um estudo transversal comparativo sobre a leptospirose nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, bem como da região sul como um todo. Os dados sobre a bacteriose foram obtidos pelo SINAN, disponível no DATASUS. A incidência, representada pela letra y, foi calculada a partir do número de casos x 100.000 habitantes e a letalidade, representada pela letra p, pelos óbitos x 100 casos. Dessa forma, a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa não foi necessária em função da natureza pública das informações. Resultados:Na região observada, houve 758 notificações de leptospirose, das quais 303( 39,97%) representam o estado do Paraná, seguido pelo Rio Grande do Sul com 270 (35,62%) casos e Santa Catarina com 185 (24,41%). A incidência média apresentada nos 3 estados foi de y=2,51 (2,51±0,11), com Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentando y, respectivamente, no valor de 2,64, 2,48 e 2,43. Encontrou-se uma variância de 0,043, de forma que destacou a homogeneidade dos dados coletados. Quanto à letalidade da leptospirose observou-se um p=7,06 (7,06±2,71), com destaque para o Paraná com p=8,25, e uma variância de 0,23, a qual ainda que demonstre uma maior heterogeneidade da amostra, se comparada com a incidência, ainda representa dados homogêneos. Ao considerar a região como um todo, observou-se incidência representada por y=2,53 e p= 7,12. Considerações finais:Com relação aos dados encontrados, a hipótese de que o Rio Grande do Sul tivesse as maiores taxas de incidência e letalidade da bacteriose em questão mostraram-se insustentáveis. Ressalta-se, entretanto, que em função do desastre natural envolvendo as enchentes em maio de 2024 no estado, os casos de leptospirose poderão sofrer um aumento vertiginoso, de forma que a hipótese torne-se verdadeira para este ano. Por fim, os dados sugerem a necessidade de medidas mais eficientes no diagnóstico, tratamento e acompanhamento da população acometida pela doença, bem como da identificação das áreas de maior risco, a fim de mitigar os danos à população.

  • Keywords
  • Leptospirose, Região Sul, Rio Grande do Sul
  • Subject Area
  • EIXO 3 – Gestão
Back