INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença inflamatória crônica de caráter multifatorial que afeta, principalmente, mulheres em idade fértil, sendo causa importante de incapacidade e comprometimento da qualidade de vida dessa parcela da população. Tal patologia caracteriza-se pela presença e crescimento de tecido endometrial em áreas extrauterinas, como ovários, intestino e outras regiões do abdômen e pelve, causando manifestações clínicas de diferentes intensidades, sendo as principais: dismenorreia, dispareunia, dor pélvica, disúria e alterações no padrão intestinal. Contudo, apesar dos significativos avanços no entendimento da fisiopatologia e tratamento da doença, ainda não foi determinada cura para essa enfermidade. Todavia, estudos já indicam que suplementos dietéticos, com destaque para as vitaminas com potencial antioxidante e vitamina D, podem ter um papel no alívio dos sintomas e controle da progressão da doença, configurando-se como uma alternativa de terapia complementar ao tratamento convencional. OBJETIVO: Averiguar os efeitos da suplementação de vitaminas C, D e E em mulheres em idade fértil diagnosticadas com endometriose. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde. Como estratégia de busca, utilizou-se os descritores do DeCS/MeSH “vitamin D”, “vitamin E”, “vitamin C” e “endometriosis”, combinados com uso dos operadores booleanos OR e AND. Os critérios de inclusão foram artigos disponíveis online integralmente em português ou inglês publicados nos últimos cinco anos (2019-2024), incluindo 4 artigos no presente trabalho. RESULTADOS: Foi observado que a suplementação de vitamina C e E, nas respectivas concentrações de 1.000 mg/dia e 800 UI/dia, durante 8 semanas, foi capaz de reduzir consideravelmente a intensidade da dor pélvica, dismenorreia e dispareunia no grupo de tratamento. A suplementação de vitamina D3 (2.000 UI/dia), por sua vez, realizada no período de 6 meses em pacientes em uso de analgésicos não narcóticos, levou a melhorias estatisticamente significativas na dor pélvica. No entanto, tais resultados não diferiram em magnitude do efeito observado no grupo que recebeu placebo. Por outro lado, a suplementação em concentrações de 50.000 UI a cada 15 dias durante 12 semanas mostrou melhora na dor pélvica e da relação colesterol total/HDL, refletindo em melhora importante na qualidade de vida das mulheres. Outrossim, a administração de vitamina D (100 nmol/L, equivalente a 4.000 UI) no fluido peritoneal levou à redução da expressão de EGF, MGDF e PDGFB, fatores de crescimento com papel relevante na patogenicidade e progressão da endometriose, sugerindo potencial terapêutico da vitamina D no tratamento da endometriose. CONCLUSÃO: Deste modo, os resultados alcançados evidenciam os benefícios da suplementação das vitaminas C, E e D como terapia complementar no tratamento da endometriose em pacientes em idade fértil, sendo uma intervenção capaz de auxiliar no alívio dos sintomas físicos que corroboram para diminuição da qualidade de vida dessas mulheres, além do potencial estratégico para a redução da expressão de fatores de crescimento associados à patogênese e progressão da endometriose, sendo necessário realizar mais estudos para definir a concentração adequada para suplementação de vitamina D.