O objetivo é apresentar as ações antirracistas e de equidade desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos Afro-Latino-Americanos, dos Povos Originários, Quilombolas e Diversidades (NEABI) do Campus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina. O NEABI tem como propósito discutir as relações étnico-raciais na sociedade latino-americana, brasileira e, em particular, na catarinense. Busca fomentar estudos, pesquisas e extensão por meio do desenvolvimento de programas e projetos em diversas áreas do conhecimento.
O NEABI surgiu a partir da colaboração entre o grupo de pesquisa Ìlera (saúde em iorubá) e o Setor de Apoio ao Estudante da UFSC, que já desenvolvia ações antirracistas desde 2017. Essa parceria se consolidou em atividades de enfrentamento ao racismo institucional e promoção da educação para a igualdade racial. O núcleo desenvolve ações interculturais de ensino, pesquisa e extensão, abordando diversidades, história e cultura afro-latino-americanas, dos povos originários e quilombolas no Brasil, América Latina e África. Suas atividades são fundamentadas nas Leis 10.639/03 e 11.645/08, que estabelecem diretrizes para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade das temáticas de "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".
Ações realizadas pelo núcleo incluem:
Novembro Negro desde 2017 na UFSC - Campus Araranguá
Participação na construção do NEABI
Participação nas bancas de heteroidentificação
Participação em grupos de trabalho para construção da política de enfrentamento ao racismo da UFSC
Criação de espaços de debate sobre as expressões do racismo
Fomento de projetos extensionistas para promoção da saúde e enfrentamento ao racismo, como os projetos PASQUIN, Ijó, Aquilombar e cursos de formação sobre a temática racial.
A experiência e a criação do NEABI têm gerado diversos resultados positivos. Entre os efeitos percebidos, destaca-se a formação de estudantes concluintes dos cursos de graduação que realizaram seus TCCs através do NEABI e do ÌLERA. Houve um fortalecimento significativo da relação entre a Universidade e a Comunidade de Remanescentes Quilombolas Maria Rosalina, resultando na entrada do primeiro estudante desta comunidade na graduação após 14 anos de campus na cidade. Foram criadas parcerias interinstitucionais e estabelecida a representação indígena e quilombola no colegiado do curso de graduação em medicina. Além disso, o NEABI promove visitas de promoção da saúde à Aldeia Indígena Nhu Porã em Torres-RS, realizou campanhas de solidariedade para populações vulneráveis, e participou em conselhos e instituições para promover pautas antirracistas. O núcleo também contribuiu na elaboração da Política de Combate ao Racismo Institucional da UFSC, criou a disciplina de estudos interétnicos e diversidade, e fomentou a participação em editais. Outras ações incluem a participação em eventos acadêmicos e culturais no município e na região. Em 2022, o Conselho de Unidade do Campus Araranguá da UFSC aprovou o regimento de criação do NEABI. No entanto, o racismo institucional persiste, resultando na ausência, até a presente data, da portaria oficial de criação do Núcleo, isso demostra as inúmeras barreiras enfrentadas na luta antirracista. A luta antirracista continua, com importantes avanços em andamento, como a parceria com outras instituições no desenvolvimento de ações intersetoriais para promover ações afirmativas e facilitar o acesso ao ensino superior brasileiro.
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