Desafios e estratégias à ampliação do acesso à Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) na Atenção Primária à Saúde (APS) de Porto Alegre/RS

  • Author
  • Lara Colles de Oliveira Araújo
  • Co-authors
  • Luciana Silveira Egres , Daila Alena Raenck da Silva , Inajara Cagliari Fernandes , Patricia da Silva Fernandes , Laura Morrone Gastaud , Raphael Silva e Pires , Sabrina Terezinha de Souza Gilli Brundo , Adriano Cordeiro de Oliveira , Pauline Soares Ferrugem
  • Abstract
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    Introdução: A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) é considerada uma estratégia promissora para o controle da epidemia do HIV/Aids. Porto Alegre segue apresentando altos índices do referido agravo. Em 2023, ocupou o terceiro lugar no ranking nacional na taxa de detecção para o HIV (45,9 casos/100 mil habitantes) e o primeiro lugar no coeficiente de mortalidade por Aids (23,8 óbitos/100 mil habitantes). Estes dados têm causa multifatorial e dialogam com a dificuldade de acesso aos Serviços de Atenção Especializada (SAE) por parte da população. Em vista disso, a ampliação da PrEP na Atenção Primária à Saúde (APS) é uma potente via para reduzir as barreiras geográficas e facilitar o acesso a esta estratégia de prevenção combinada. Durante os anos de 2022 e 2023, 100% das Unidades de Saúde (US) da APS de Porto Alegre foram capacitadas para a prescrição de PrEP.  Entretanto, verifica-se ainda um índice aquém do desejado de prescrição por parte dos profissionais deste nível de atenção à saúde. Objetivo: Analisar os desafios presentes na ampliação da PrEP na APS de Porto Alegre e discutir possíveis estratégias para superar estes entraves. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre as ações educativas realizadas sobre a PrEP com os profissionais atuantes na APS de Porto Alegre. A capacitação foi realizada de forma pontual e abordou questões referentes ao processo de estigma e preconceito ao HIV e a Aids, além do manejo clínico na prescrição da profilaxia. Resultados: Ao todo, 573 profissionais de saúde, entre médicos(as) e enfermeiros(as) da APS de Porto Alegre, foram capacitados, nos anos de 2022 e 2023. Contudo, mesmo após a ação educativa, houve um discreto aumento nas prescrições. Fatores como a precarização da APS no município, com alta rotatividade dos profissionais e consequente saída dos trabalhadores capacitados, o desconhecimento da população sobre o direito ao acesso à profilaxia e o despreparo profissional dos ingressantes, mesmo após a capacitação, podem auxiliar a compreensão deste resultado. Conclusão: Tendo em vista os entraves citados para a ampliação da PrEP na APS de Porto Alegre e o grave cenário epidemiológico do município frente ao HIV/Aids, faz-se urgente traçar estratégias para superar esta situação. Dentre as possibilidades, se propõe a educação em saúde, com os profissionais da APS, de forma sistemática, a fim de promover maior segurança e preparo técnico no atendimento e prescrição desta profilaxia através de encontros periódicos; ações de educação em saúde direcionadas à população usuária do SUS, com o intuito de promover maior divulgação e conhecimento acerca das estratégias de prevenção combinada, promovendo a autonomia do cuidado e a busca por essa oferta. Assim, entende-se que a educação e a conscientização da sociedade civil são importantes estratégias para prover a adesão a PrEP e a redução dos novos casos de HIV no município, principalmente entre as populações em situação de vulnerabilidade mais expostas ao risco de HIV.

     

     

  • Keywords
  • Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, Educação em Saúde, HIV/Aids, Prevenção Combinada
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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