Introdução: A Reforma Psiquiátrica é um movimento significativo, iniciado no Brasil na década de 1980, durante o processo de redemocratização do país, que busca transformar o modelo de atendimento em saúde mental, promovendo a desinstitucionalização, desospitalização e a integração da pessoa/usuário na sociedade. Após os anos 2000, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) passou a fazer parte das redes essenciais para as regiões de saúde, conforme o Decreto Presidencial nº 7508/2011. A RAPS prevê diversos serviços, também chamados de dispositivos, que substituem o modelo manicomial, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência (Cecos), enfermarias de saúde mental em hospitais gerais e oficinas de geração de renda.Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são fundamentais para essa transformação, fornecendo tratamento interdisciplinar e atividades terapêuticas para pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. No CAPS, o foco de trabalho está direcionado em atividades como oficinas e programas que estimulam a autonomia dos usuários. Esses espaços oferecem oportunidades para o desenvolvimento de habilidades práticas, sociais e emocionais que ajudam os usuários a enfrentar os desafios cotidianos. Assim, esse trabalho corresponde a um projeto de pesquisa que visa compreender, a partir da perspectiva do usuário, como as oficinas do CAPS contribuem para a sua autonomia na vida. A partir daí, criar espaços de diálogo e promover a Educação Permanente em Saúde com os profissionais da unidade para discutir os resultados da pesquisa e propor práticas que reforcem a cidadania, o fortalecimento do processo de construção da autonomia e a inclusão social dos usuários do CAPS. O objetivo da pesquisa é analisar o papel das oficinas terapêuticas na promoção da autonomia dos usuários do CAPS e ofertar o espaço de Educação Permanente em Saúde para os profissionais da unidade. Método: Será uma pesquisa qualitativa, dentro de uma perspectiva crítica e reflexiva. Serão realizadas 3 (três) rodas de conversa referente a 3 (três) oficinas oferecidas pelo CAPS ( Oficina de redução de danos, culinária e de cuidados) com a participação de aproximadamente 5 (cinco) usuários de cada oficina. Resultados Esperados: Levantar questões como autonomia, autocuidado, enfrentamento de estigma, cuidados ofertados pelo CAPS. Promover o compartilhamento de vivências e estratégias de enfrentamento que tenham sido úteis para lidar com as dificuldades enfrentadas. Criar uma cultura de melhoria contínua através da Educação Permanente em Saúde, onde os profissionais possam revisar e aprimorar suas práticas, incorporando feedback e insights obtidos da pesquisa. Considerações Esses resultados contribuirão para uma abordagem mais inclusiva e centrada no indivíduo no contexto do CAPS, fornecendo uma base para futuros projetos e iniciativas que promovam a cidadania e autonomia dos usuários, enquanto promovem a Educação Permanente em Saúde entre os profissionais da unidade.