Introdução: A homeopatia tem sido um tratamento bastante popular no Brasil, especialmente por pessoas que buscam tratamento que não sejam da medicina tradicional, ou seja, tratamentos mais holísticos que visam não medicalização com os fármacos convencionais. A homeopatia representa um sistema terapêutico de apresenta características sistêmica, fundamentado no princípio vitalista e na lei dos semelhantes. Ela surgiu através de estudos do médico, de origem alemã, Christian Friedrich Samuel Hahnemann, que através de informações que o outro médico contemporâneo seu, o inglês denominado Willian Cullen, o qual havia escrito um livro com o epiteto, “Tratado Matéria Médica” de 1790, que relatava substâncias com propriedade curativa com a malária. Para época era quase um milagre, alguma composição apresentar uma resposta positiva frente a tratamento de malária, haja vista que doença matava milhares de pessoas naquele período. Hahnemann ingerir esta substância e constatou que ela apresentava os sintomas semelhantes aos da Malária, foi daí por diante começou seus estudos propriamente dito, possibilitando o conhecimento que temos atualmente sobre a homeopatia. O conjunto de manifestações apresentado pelo indivíduo e sensível ao experimentar a homeopatia é descrito como patogenesia. Essa substância foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina em 1980, e regulamentada em 2006 através das Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), e pelo Conselho Federal de Odontologia em 2015. Dentre as principais indicações da homeopatia na odontologia, inclui-se patologias de maior recorrência nos tratamentos como, dor de dente, ansiedade, inflamações gengivais, aftas e herpes.
Desenvolvimento: A palavra homeopatia etimologicamente deriva do grego-romano, “homeo” quer dizer semelhança, similar, já o sufixo, “patia” vêm de pathos, doença, sofrimento. Tendo seu pressuposto na terapia hipocrática, já que trabalha com a questão das semelhanças. A partir do momento em que a ciências médicas aceitaram sua efetividade frente aos tratamentos médicos, sendo entendida como uma terapia alternativa frente ao adoecimento. Por conta disto, a homeopatia expandiu-se na Europa, aumentando sua popularidade e com isso difundindo o seu uso, especialmente entre pessoas que não são adeptos a medicina tradicional. Já no Brasil a sua introdução nos tratamentos foi em 1840 através de Bernoit Mure, um médico francês que se curou da tuberculose através do tratamento homeopático. Também um dos fatores que deve ser dado o devido destaque, que seu principal diferencial comparado a medicina tradicional, está no fato de não ser uma alopatia, ou seja, trata da doença com o efeito contrário, como exemplo, antibiótico, anti-inflamatório e antitérmico. Embora 1980 tenha obtido seu reconhecimento e aceito pelo Conselho Federal de Medicina no Brasil, o marco verdadeiro e prático do seu uso se deu no ano 2006, através da regulamentação por meio da Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, a qual instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que incluiu no SUS outras formas de tratamento, além das já conhecidas através de medicina da tradicional. Nesta inclusão, destacam-se tratamento da medicina chinesa, os fitoterápicos, homeopatia e outras práticas que no total são 29. Através desta portaria, a homeopatia é considerada um sistema médico, bastante amplo, de abordagem integral, apresentando aspectos dinâmicos no processo saúde-doença, com ações que se adequam as ações previstas no SUS, no sentido da prevenção, promoção e recuperação. Na odontologia o tratamento homeopático é considerado tratamento complementar comparada a terapias convencionais. No tratamento odontológico, a homeopatia por ser um tratamento de características holísticas, segue o mesmo padrão e rigor que é empregado na terapia homeopática quanto a indicação e prescrição, sempre com o nome em latim. Da mesma forma que seus princípios básicos seguem os mesmos, lei dos semelhantes ou “Similia Similibus Curentur”, experimentação em pessoa sadia, dose mínima e fármaco único. Seguindo a mesma lógica, suas substâncias, advém do reino animal, vegetal e mineral. Em grande parte da literatura ao referir-se a homeopatia na odontologia, da ênfase apenas nos tratamentos de ansiedade e medo, entretanto, seu emprego nos tratamentos vai muito além disto, podendo ser aplicado frente, a doença periodontal, abcesso periodontal, abcesso endodôntico, processo de cicatrização, nas disfunções temporomandibulares, dor orofacial. Existem diversos conceitos dentro do tema da homeopatia, por ser um tema de alta complexidade, abordaremos alguns tópicos, como da questão a Dose Única, existe uma tipificação para administração homeopática, para cada doenças e cada momento do paciente, caracteriza uma medida terapêutica distinta, neste sentido temos o Unicismo, que apresenta um único medicamento para uma patologia do paciente e Pluricismo, dois medicamentos para o mesmo paciente. De acordo diversas publicações recentes, existem diversos estudos que comparam o uso homeopatia com os fármacos convencionais e os resultados são surpreendentes, pois quase todos os estudos apontam, que uso de homeopatia elimina a possibilidade de efeitos colaterais, já ao contrário pode se dizer com as alopatias, os efeitos adversos são uma característica presente. Na dentística, o seu uso foi bastante destacado na redução da ansiedade e do medo no tratamento odontológico. Em um estudo, foi comparada em pacientes o efeito ansiolítico do Midazolan e da homeopatia, constando-se que em relação ao efeito esperado dado a parâmetros analisados (pressão sanguínea, batimento cardíaco e cortisol salivar) foi superior comparados ao fármaco alopático. Na endodontia a homeopatia, obteve ótimos resultados tanto quando utilizado para redução da dor em caso pulpite aguda reversível, quanto no sistema de irrigação de canais radiculares. Nesta etapa, foi comparada com o hipoclorito de sódio (NaClO), com a Calendula officinalis, sendo este último apresentou bastante eficiente frente a eliminação bacteriana. Neste caso, também pode justificar a abdicação do NaClO, não só pelos bons resultados da composição química do componente homeopática, mas pelo alto risco de acidentes que o uso NaClO pode causar, visto que nenhuma gota pode entrar em contato com a cavidade bucal, pois está substância altamente tóxica, pode levar a queima de tecidos, dor, perda da sensibilidade papilar e em caso de ingestão deve parar imediatamente o tratamento afim de buscar um atendimento de emergência. Já periodontia, o destaque se deu nas cirurgias periodontais em dois momentos, num quando comparada com a clorexidina no tratamento da dor pós cirúrgica periodontal a retalho. Outro foi também cirurgia periodontal a retalho, quando comparado Ibuprofeno, que também a homeopatia se apresentou como uma melhor opção de fármaco, para este procedimento, por reduzir a dor pós cirúrgica, também por não apresentar efeitos colaterais característicos dos medicamentos alopáticos. No tratamento da periodontite crônica, a homeopatia apresentou resultados positivos quando associada a raspagem e alisamento de raiz.
Considerações Finais: A utilização da homeopatia nos mais diversos tratamentos odontológicos induz uma série de situações que vão além da redução dos efeitos colaterais causado pelos medicamentos alopáticos, pois abre possibilidade para um tratamento mais holístico e humanizado. Também os custos podem causar um grande impacto no SUS, visto que o seu custo é menor comparado aos fármacos convencionais.