Apresentação
O adoecimento de profissionais da segurança pública é um tema crescente de debate, mas as ações voltadas para a saúde mental desses/as servidores/as ainda são escassas. Os estudos revelam uma resistência significativa por parte de muitos policiais em buscar ajuda motivada pela dificuldade em demonstrar fragilidades emocionais e pelo estigma associado às questões de saúde mental no trabalho de segurança pública. A importância de cuidar do bem-estar desses/as profissionais é ressaltada diante do crescente número de casos de transtornos mentais podendo levar à violência e ao suicídio. Nesse contexto, insere-se essa proposta de intervenção que propõe a implementação de rodas de conversa nas unidades da Força de Segurança Pública, oferecendo aos servidores um espaço seguro de compartilhamento e orientação sobre saúde mental no trabalho. Os objetivos incluem construir um espaço de discussão, acolhimento e escuta, refletir sobre o impacto da saúde mental no trabalho de segurança pública, além de discutir sobre os serviços e rede de atendimento disponíveis.
Desenvolvimento e métodos
As rodas de conversa consistem em um método de participação coletiva que possibilita o debate e diálogos para que os participantes possam se expressar e escutar os outros. Seu principal objetivo é construir a autonomia dos sujeitos por meio da problematização, socialização de saberes e reflexão para a ação, envolvendo trocas de experiências e conhecimentos. Com uma hora de duração, serão utilizados recursos de vídeos, músicas e dinâmicas para debater as relações entre saúde mental e trabalho de segurança pública. O projeto será divulgado às chefias para definir horários e criar múltiplos grupos, maximizando a participação de servidores/as.
Resultados esperados
Os resultados esperados incluem a facilitação da comunicação dinâmica e produtiva, permitindo um diálogo sobre saúde mental sem julgamentos em um espaço de escuta e acolhimento. Espera-se que as rodas possibilitem reflexões sobre conceitos distorcidos a respeito de saúde mental e os fatores que geram adoecimento, incentivando a busca por ajuda e apoio em redes de atendimento, se necessário. Além disso, a expectativa é que essas intervenções melhorem o rendimento laboral e a qualidade de vida dos servidores da segurança pública, beneficiando tanto os indivíduos quanto a instituição e a sociedade.
Considerações finais
Diante dos desafios apresentados pela resistência dos profissionais de segurança pública em buscar ajuda para questões de saúde mental, é fundamental que as intervenções propostas sejam conduzidas de maneira ética e sensível, criando um ambiente de troca aberta e acolhedora. Além de ajudar a superar estigmas e barreiras emocionais, essas iniciativas podem promover uma cultura de cuidado e apoio mútuo dentro das instituições, contribuindo para o bem-estar e a qualidade de vida dos servidores. A ênfase na prevenção do adoecimento mental, através da reflexão sobre conceitos distorcidos de saúde mental e identificação de fatores desencadeantes, pode ter impactos significativos a nível individual, institucional e social, promovendo um ambiente que encoraja a busca por ajuda e apoio, melhorando o rendimento laboral e a resiliência emocional dos profissionais de segurança pública, trazendo benefícios para toda a sociedade.