O presente trabalho trata sobre o relato de experiência sobre os grupos realizados por diferentes acadêmicos da saúde em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em uma cidade do Sul do Brasil, desenvolvidos como atividade de um projeto de extensão liderado por uma professora do Departamento de Medicina Social, da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal de Pelotas, intitulado Territórios de/em ação: aprendendo e desenvolvendo saúde na/pela rede de atenção psicossocial. Objetivo: relatar a experiência de encontros de um “novo” grupo de usuários e usuárias, criados pelos estudantes a partir da demanda da equipe do CAPS, no qual o projeto de extensão está inserido.
Em reunião com a equipe de profissionais do CAPS, foi solicitado que o projeto assumisse uma demanda, um grupo de usuários/as que estavam há algum tempo em uma oficina, com uma técnica, que precisava abrir novas vagas, e dar “alta” para esses usuários antigos. Porém, por esses profissionais estarem muito vinculados ao CAPS e a técnica, articulou-se um grupo que funcionaria como um meio para essa alta das atividades coletivas.O primeiro dia do grupo foi uma nova experiência para todos: usuários/as, estudantes, professores e equipe do CAPS. Os usuários/a estavam vinculados ao grupo e a atividade de artesanato, então no primeiro encontro fomos cautelosos, realizamos uma apresentação e ouvimos os usuário/as, procurando entender o que queriam para o grupo e o que sentiam com a mudança de grupo. Nos demais encontros o grupo de estudantes buscou apresentar aos usuários diferentes atividades possíveis de ser praticadas fora do CAPS, Práticas Integrativas e Complementares oferecidas pela Faculdade de Enfermagem, como ioga chinesa, escalda pés com meditação, práticas de respiração. Buscando estimular a autonomia dos usuários/usuárias e uma vida extra CAPS.
Durante o decorrer dos grupos e a partir das leituras dos prontuários percebemos que tem usuários com 5, 6 e até 10 anos no CAPS usuários esses sem previsão de alta, e sem se imaginar em uma etapa da vida sem estar vinculado ao CAPS. No entanto, todos os usuários e usuárias que estão participando do grupo, intitulado por eles como grupo Novos Horizontes, vem demonstrando interesse em buscar atividades fora do CAPS. Estão previstas saídas para visita no museu, praças, locais do território que os usuários e usuárias podem e devem estar, visitar e interagir.
Considerações finais: A participação dos estudantes neste grupo está possibilitando um olhar para os usuários e usuárias para além da sua estada no CAPS, está estimulando que os estudantes e usuários/as busquem alternativas de atividades além do que é oferecido no serviço, explorando dessa maneira, a interação dos usuários com a sociedade e com o território, buscando a reinserção social de pessoas que já estão há algum tempo em tratamento no CAPS e que já passaram por institucionalizações que lhes privaram dessa liberdade.
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