AÇÕES DE CONTROLE DAS ARBOVIROSES EM UMA ÁREA DE RISCO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Author
  • Jéssica Pinheiro Carnaúba
  • Co-authors
  • Francisca Laura Ferreira de Sousa Alves , Ellen Rose Sousa Santos , Iasmin Belém Silva Queiroz , Luciana Rodrigues Cordeiro , Reangela Cintia Rodrigues de Oliveira Lima , Juliana Cunha Maia , Marli Teresinha Gimeniz Galvão
  • Abstract
  • APRESENTAÇÃO: Arboviroses como dengue, Zika e chikungunya consistem em um grave problema de saúde pública no Brasil. O clima tropical tem favorecido a disseminação do mosquito Aedes aegypti, ocasionando a sua permanência, bem como, dificuldades no controle do vetor. Além disso, as elevadas taxas dessas arboviroses podem ter relação com a deficiência no abastecimento de água durante o período de seca, pela ausência de políticas públicas e medidas inadequadas de saneamento básico. Nesse sentido, o presente objetiva descrever as ações de controle das arboviroses em uma área de risco. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência descritivo acerca das ações de controle as arboviroses em uma área de risco, adscrita à Unidade Básica de Saúde (UBS) Antonina Caeté Pedrosa, na cidade de mombaça, Ceará em abril de 2022. As ações foram desenvolvidas em conjunto com os Agentes Comunitários de Endemias (ACE), Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária. RESULTADOS: No ano de 2022, os casos de dengue começaram a aumentar vertiginosamente na região. Durante as visitas aos domicílios dos ACE, foi percebido um aumento da quantidade de focos no conjunto habitacional Francisco Castelo de Castro. Essa localidade localiza-se em uma região afastada da zona urbana, em que a maioria dos moradores apresenta baixa condição socioeconômica e ausência de saneamento básico. Além disso, a região apresenta casas abandonadas e a presença de animais de rua como gatos e cachorros. Nesse sentido, foi realizada uma ação de dia D, em parceria com a equipe de saúde da UBS Recreio, contando com a enfermeira da área, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), além dos ACE e integrantes da Vigilância Sanitária e Epidemiológica. Foi realizadas vistorias em cada domicílio da região para identificação de focos, ações de educação em saúde junto a população para prevenção dos vetores e reconhecimento dos sinais e sintomas e manejo frente às arboviroses. Foram identificados em alguns domicílios com presença de lixo, pneus, garrafas e sucatas nos quintais. Além disso, houve recusa de vários usuários em relação a limpeza desses ambientes, sendo acionada a vigilância sanitária. Além dessas ações foi realizada palestra nas escolas locais. Semanalmente, os ACE enviavam uma lista com os domicílios que apresentavam focos nas visitas posteriores e essas eram repassadas aos ACS para intensificar as orientações nesses domicílios. Após a implementação dessas ações, houve redução do número de casos de arboviroses no território onde as ações foram implementadas. Esta experiência corrobora com várias pesquisas que apontam a estreita relação entre a ocorrência de dengue e a estrutura social do território, além da presença de fatores de risco e vulnerabilidade socioambiental, sendo a morbidade mais presente na população com mais vulnerabilidade socioeconômica e com precariedade em relação ao saneamento básico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ações intersetoriais e de controle das arboviroses são essenciais para redução dos casos de dengue nos territórios. A resistência dos usuários em realizar a limpeza adequada de seus ambientes ainda é um obstáculo presente, mesmo com a ampla divulgação das medidas de controle.

     

  • Keywords
  • Infecções por Arbovirus; Atenção Primária a Saúde; Vigilância Epidemiológica
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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