Apresentação: A reabilitação psicossocial é uma prática que ganha força desde a revolução da luta antimanicomial, a fim de amenizar e romper paradigmas existentes e práticas nocivas relacionadas a distúrbios mentais. Assim, abrange um processo de mudanças, reinserção e transformação dos indivíduos, demonstrando sua importância para o debate com a sociedade, com ênfase entre adolescentes institucionalizados e consequentemente, vulneráveis. A institucionalização desse público é uma medida de proteção excepcional e provisória, que preserva a integridade biopsicológica de crianças e adolescentes com direitos ameaçados ou violados, fundamentando-se no direito à convivência familiar e comunitária. Diante disso, este estudo tem por objetivo descrever uma ação extensionista realizada com adolescentes institucionalizados sobre saúde mental, com ênfase na reabilitação psicossocial. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência, baseado em ação desenvolvida por acadêmicos de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), integrantes da Liga Interdisciplinar de Promoção à Saúde do Adolescente (LIPSA). A atividade desenvolveu-se baseada na temática de “Reabilitação Psicossocial: oportunidade de promoção da saúde mental com adolescentes”. O momento ocorreu em maio de 2024, em um Centro Socioeducativo no município de Sobral - CE, com a participação de 5 adolescentes e 7 socioeducadores. Sendo desenvolvida em quatro etapas, descritas a seguir. Primeiramente, houve o levantamento sobre seus conhecimentos prévios sobre saúde mental e repercussões. Logo após, realizou-se a explanação do tema por meio de slide, abordando o conceito de saúde mental, repercussões sistêmicas e agravos (com destaque para ansiedade e depressão), medidas para promoção da saúde mental e prevenção de fatores agravantes. Para o momento principal, utilizou-se de uma tecnologia educativa, do tipo tabuleiro humano, contendo 10 casas para realização de perguntas sobre o tema abordado e com afirmativas de mitos e verdades. Por fim, houve o encerramento com o feedback dos participantes sobre o que aprenderam e qual a importância dessas ações realizadas. Resultados: Os adolescentes mantiveram a atenção, interesse e contribuíram durante toda a ação, demonstrando proximidade com o tema ao relatarem experiências próprias e familiares, relacionadas à ansiedade e depressão, além de queixas de sintomas dermatológicos e respiratórios. Além disso, a dinâmica principal foi o momento para que refletissem e descrevessem sobre suas atitudes ao próximo e ao autocuidado, demonstrando compreensão sobre a importância do olhar para si e das atitudes com os demais ao redor, assim como relataram suas percepções do tema. Apesar do grande êxito da ação, observou-se limitações, como os sentimentos de vergonha e medo dos jovens ao debater sobre saúde mental, e também, o desconhecimento acerca dos sintomas dos transtornos mentais. Considerações finais: As tecnologias inovadoras para lidar com o cuidado e proteção da saúde mental, com foco na reabilitação psicossocial são indispensáveis para públicos vulneráveis, visto que, é algo que possibilita ao jovem uma ressocialização integral entre os mesmos e na sociedade. Portanto, faz-se necessário o debate e reflexão sobre a temática com esses jovens que frequentemente possuem sintomas, queixas e inquietações relacionadas à saúde mental e seus prejuízos, principalmente tendo em vista o contexto e ambiente em que estão inseridos.