Introdução: A anemia falciforme (AF), também chamada de doença falciforme afeta aproximadamente três milhões de indivíduos em todo o mundo. É causada por mutações no gene da globina ?b, resultando na proliferação de hemoglobina em formato de foice (falciforme). Essa alteração leva à hemólise crônica e vaso-oclusão, sendo assim, dor aguda e crônica, bem como danos a órgãos-alvo, ocorrem ao longo da vida de pessoas que vivem com AF, causando morbidade significativa e expectativa de vida média de 43 anos no Brasil. Objetivo: Descrever um relato de caso sob perspectiva do serviço social de um caso de AF. Metodologia: Trata-se de um estudo na modalidade de relato de caso de AF ocorrido durante a internação na unidade de Oncologia e Hematologia em um hospital terciário. Resultado: Paciente sexo feminino, 24 anos, com diagnóstico de AF desde 2009 e osteonecrose de cabeça femoral à direita com múltiplas internações para controle álgico. Foi acompanhada pelo Serviço Social devido aos impactos que a doença lhe trouxe e suas limitações. Participou de grupos de apoio (GA) para pacientes com AF, foi transferida de unidade hospitalar e perdeu contato com GA, gerando impactos importantes em seu núcleo familiar. Inicialmente, paciente não demonstrou interesse em interação e nos atendimentos multiprofissionais, sendo assim, foi solicitado acompanhamento do Serviço Social. Durante avaliação social, percebeu-se exaustão da rotina hospitalar, desejo de alta clínica e afinidade com atividades artísticas. Como forma de abordagem, optou-se pela utilização do bordado livre, sendo este, realizado por meio de oficina supervisionada. Paciente reagiu positivamente ao realizar a prática manual, fortalecendo vínculo entre profissional-paciente, referindo que a atual internação se diferenciou das demais, em decorrência da intervenção social, reconhecendo a importância do bordado livre para o seu desfecho clínico e social. Notou-se também melhor adesão ao tratamento clínico e fisioterapêutico, denotando boa relação com equipe multidisciplinar. Arte como terapia de intervenção, especialmente o bordado livre, pode ser utilizada no ambiente hospitalar com o objetivo de promover desenvolvimento humano, mediação na intervenção profissional do assistente social e desta forma produzir alguma alteração nas condições de vida de pacientes com AF. Conclusão: A AF apresenta prognóstico ruim, resultando em sequelas físicas, emocionais e sociais, sendo assim, é nítida a necessidade do acompanhamento com o serviço social e a equipe multidisciplinar. A arte trouxe bons resultados em relação à adesão ao tratamento, ao enfrentamento da hospitalização prolongada e do vínculo profissional-paciente.
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