Introdução: Conforme a Organização Mundial da Saúde, cerca de 36% da população brasileira sofre com alguma parasitose, e ao considerar somente as crianças esse número sobe para 55%. Diante do exposto, entende-se que a disseminação de parasitoses está atribuída a fatores como a precariedade do saneamento básico, a carência de higiene e a falta de orientação sobre o assunto. Nesse contexto, se faz importante o desenvolvimento de ações que visem a disseminação e democratização do conhecimento acerca da temática, de forma a levar em consideração a situação vivenciada pela população afetada e a viabilidade da replicação dos conhecimentos adquiridos. Objetivos: O presente estudo objetiva relatar uma ação de extensão vivenciada por acadêmicas de medicina proporcionada pela disciplina de Ações Comunitárias Integrativas durante o segundo semestre de 2023 em uma Universidade Federal no Estado do Rio Grande do Sul. A partir disso, ação teve por objetivo promover atividades dinâmicas em saúde que unisse as temática de Saneamento Básico e Doenças Parasitárias, para o aprofundamento do conhecimento sobre os referidos tema, de modo a consumar o potencial de brincadeiras enquanto formas de cuidado para além da medicação. Métodologia: A ação foi realizada em uma instituição de ensino filantrópica desenvolvida pelos catadores de recicláveis da cidade. Posteriormente, foi necessário realizar um diagnóstico situacional da comunidade, além de uma conversa com a professora e coordenadores da escola-creche escolhida acerca das demandas existentes naquela região. Ademais, foi realizado um estudo teórico e seguidamente o desenvolvimento de temáticas e brincadeiras que seriam apresentadas às crianças. Dessa forma, foram atingidas 7 crianças matriculadas, com as quais por meio de dinâmicas lúdicas, desenhos e jogos, foi possível apresentar e aprofundar o conhecimento acerca das doenças parasitárias; cuidado com os alimentos; a forma correta de lavar as mãos; e o Saneamento Básico. Resultados: A educação em saúde tem importância primordial na democratização do conhecimento, principalmente, em ambientes mais vulneráveis, onde o acesso à informação pode ser restrito ou inexistente. Nesse contexto, é preciso ressaltar como as brincadeiras se apresentam como agentes no cuidado à criança além da medicação, haja vista que quando falamos em saúde infantil, a educação em saúde permeada por dinâmicas interativas apresenta um melhor entendimento e aceitação, assim como facilita na adesão de hábitos saudáveis e seguros. Isso foi de possível visualização ao longo da atividade, uma vez que ao final da ação foi realizado um momento de feedback em forma de desenho com os participantes que mostrou resultados positivos, a dinâmica foi apreciada pelas crianças que conseguiram entender de forma produtiva os assuntos, além de se mostrar importante e pertinente a realidade vivenciada naquela comunidade. Conclusões: Portanto, o mitigar das divergências de informações é essencial para equidade social, assim como no processo efetivo de promoção de saúde e prevenção das doenças. Logo, o desenvolvimento da atividade com uma abordagem educacional criativa foi uma ferramenta fundamental na contribuição da autorreflexão das crianças atrelada às temáticas sanitárias e de saúde, assim como na construção de novos conhecimentos que possibilitem na melhoria da qualidade de vida daquela comunidade.