A música influencia emoções e comportamentos. Nessa perspectiva, quando se trata do meio escolar, a musicalização é uma ferramenta primordial para a promoção da saúde mental. O fundamento deste trabalho como promotor do bem-estar mental consiste em contribuir para a expressão emocional, linguística e matemática, permitindo ao sujeito expressar-se de inúmeras formas. Percebe-se, assim, que a musicalização é essencial para a promoção da saúde no contexto escolar. No final do segundo semestre de 2023 executaram-se as atividades em escolas públicas vinculadas ao contexto da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Foram aplicadas figuras musicais, como a semínima e a colcheia, didaticamente nomeadas como “pão” e “quem-quer”, respectivamente. O princípio baseou-se na correlação entre tempo musical e sílabas musicais, pois ambos são musicalmente intrínsecos. Primeiramente, as semínimas, os discentes deveriam executar quatro, finalizando precisamente, ou seja, apenas solfejar as quatro com o vocábulo pão. Após isso, uniram-se duas para formar colcheias que os alunos cantariam com neologismo “quem-quer”. Nesse momento, eles deveriam solfejar apenas duas vezes a palavra "quem-quer", de modo a compreender que a colcheia vale o dobro da semínima no tocante ao tempo. Finalmente, associaram-se ambas as figuras musicais de tal forma que foi possível criar variações com os estudantes. Para concluir a dinâmica, fez-se um desafio: os alunos deveriam solfejar qualquer variação com os vocábulos. Ao final da dinâmica, houve um diálogo com os alunos acerca da relação entre o aprendizado musical e o desenvolvimento de habilidades sociais, como a interação. A mensuração dos resultados, nas duas turmas, ocorreu por critérios dos próprios alunos que receberam papéis em branco para dar uma nota à atividade, de zero a dez. Ao todo foram contabilizadas 22 avaliações. Inusitadamente, duas avaliações foram apresentadas apenas por meio de desenhos de notas musicais, sem atribuir valores numéricos. 64,3% atribuíram a pontuação máxima de 10; 7,14%, 9,5; 21,3%, 8; e 7,14% nota 7. Assim, demonstrou-se, tanto nas avaliações escritas quanto pela participação em sala de aula, que as crianças apreciaram consideravelmente a ação. Portanto, pode-se concluir que a musicoterapia pode servir como âncora para abordagens relacionadas à saúde mental em crianças e adolescentes, sobretudo no contexto da ESF. A multiplicidade de possibilidades e a ludicidade propiciadas pelo contexto musical, bem como o caráter de intersecção entre arte, educação e saúde são, indubitavelmente, ferramentas valiosas para reforçar o interesse e o engajamento do público na promoção da saúde. Logo, atividades contínuas como essa podem suscitar o desejo pelo aprendizado musical e, principalmente, possibilitar a difusão da saúde mental às crianças em ambiente escolar.