AcolhePampa: um dispositivo grupal como estratégia de promoção de saúde mental e prevenção de agravos entre universitários.

  • Author
  • Odaiza Padilha Mena
  • Co-authors
  • Lizia Nardi Menegassi , Rayssa Paz Rodrigues Cogorni , Elisa de Oliveira Rosa , Suelem Lopes Silva , Camila dos Santos Gonçalves
  • Abstract
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    Apresentação: A saúde mental é uma temática pertinente à universidade, visto a vulnerabilidade psicológica de discentes frente aos desafios que transpassam a formação como o amadurecimento emocional, a distância da família e lidar com as exigências internas e/ou externas. Nesse contexto, os  dispositivos grupais de acolhimento e escuta ativa podem instigar a expressão de vivências e sentimentos dos estudantes, estimulando a troca de experiências e o fortalecimento de redes de apoio entre os estudantes universitários. Assim, a dimensão da saúde mental coletiva visa fomentar o protagonismo estudantil nos cuidados de si e dos outros através de intervenções em grupo. O objetivo do projeto AcolhePampa foi criar um espaço de assistência formal dentro da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) - Campus Uruguaiana/Saúde, como ação colaborativa envolvendo Núcleo de Desenvolvimento Educacional (NuDE), Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva (PRIMSMC) e Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município. A divulgação do grupo foi realizada a partir da criação de uma peça gráfica pelas residentes em saúde mental coletiva - enfermeira, psicóloga e nutricionista. O material foi compartilhado com a equipe do NuDE e direção acadêmica do campus para divulgação digital (Instagram; e-mail) e impressão de cartazes para fixação em pontos estratégicos do campus. Desenvolvimento: Após projeto piloto de 3 meses no ano de 2023, os encontros de 2024 iniciaram em 2 de abril e estão previstos até 16 de julho, acompanhando o calendário letivo. Até o momento, foram realizados 8 encontros, com a participação de 4 estudantes da graduação. O AcolhePampa acontece todas às terças-feiras, das 17h às 18h30min. As residentes do segundo ano (R2) em saúde mental coletiva atuam como mediadoras nos encontros do grupo, que ocorre utilizando o método de roda e prevê a inviolabilidade do sigilo. Resultados: O curso mais prevalente entre os participantes foi medicina (n=3), seguido da farmácia (n=1). Graduandos do primeiro semestre demonstraram maior fragilidade frente às mudanças de cidade e rotina.  Os tópicos mais abordados foram: mudanças, descobertas, saudade, ansiedade, diferenças culturais, relacionamentos, sexualidade, produtivismo, primeiras vivências e espiritualidade. A assiduidade variou ao longo do período, havendo 2 dias sem participantes. Ocorreu a formação de vínculo graduando-graduando e graduando-mediador, expandindo a rede de apoio e divulgação do grupo. Casos de necessidade de acompanhamento especializado puderam ser articulados com a RAPS. Considerações finais: Tendo em vista a potencialidade da construção do grupo AcolhePampa como um espaço de promoção de saúde mental e prevenção de agravos entre discentes, o dispositivo proporcionou a identificação em meio as semelhanças e diferenças entre as narrativas de acadêmicos em um processo de elaboração de suas vivências e relações. Os resultados reforçam a importância da ação no cuidado dentro da universidade, assegurando compromisso social com políticas de permanência estudantil. Através da divulgação desta vivência, buscamos impulsionar a constituição de coletivos organizados que fomentem espaços democráticos de diálogo em saúde mental no meio acadêmico.

  • Keywords
  • saúde mental coletiva; assistência universitária.
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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