Introdução: O termo segunda vítima teve sua primeira menção nos anos 2000, por fazer referência aos eventos adversos associados aos profissionais de medicina onde o paciente é a primeira vítima. A partir de 2009 o uso da terminologia segunda vítima foi expandido para outros profissionais da saúde que se envolvem em eventos adversos com ou sem dano ao paciente. Objetivo: O presente resumo tem por objetivo trazer um pequeno panorama de publicações nacionais sobre os impactos na saúde mental dos profissionais de enfermagem envolvidos em EA como segunda vítima. Método: Trata-se de uma breve revisão narrativa da literatura na Biblioteca virtual em saúde com a seguinte estratégia de busca: ("segurança do paciente") AND ("segunda vítima"), ambos termos utilizados como Título, resumo e assunto. Totalizaram na busca 12 estudos disponibilizados nas bases Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) Base de dados da Enfermagem (BDENF). Para contemplar o objetivo, foram selecionados os estudos que trataram sobre aspectos da saúde mental dos profissionais de enfermagem que foram segunda vítima, não se utilizou recorte temporal, e foram considerados idiomas, inglês, português e espanhol, porém estudos produzidos no Brasil, e foram excluídas teses e dissertações. Resultados: Dos 12 materiais encontrados com a busca, dois eram teses, dois eram com estudantes de enfermagem, um estudo de adaptação transcultural de instrumento para experiência de segunda vítima, dois sobre suporte a equipe, uma revisão de escopo sobre estratégias para atenção a segunda vítima, um estudo com instrumentadores cirúrgicos, um editorial. Assim, após a avaliação de títulos e resumos foram selecionados três artigos que contemplaram a população e objetivo de estudo. Os estudos selecionados apontaram que o profissional de enfermagem como segunda vítima acaba por apresentar sentimentos negativos como medo, angústia, flashbacks da situação ocorrida, insegurança, culpabilização. Além disso, um dos estudos evidenciou que daqueles trabalhadores de enfermagem que vivenciaram a situação de ser segunda vítima, a maioria deles apresentaram sofrimento emocional, frustração, culpa, tristeza, estresse, incapacidade, constrangimento e insegurança para realizar suas funções no trabalho. Também se destaca que apontaram que há um impacto na vida profissional e no ambiente de trabalho, o que pode culminar em questionamentos dos profissionais sobre sua habilidade, a qualidade e a escolha profissional. Conclusão: discutir segurança do paciente é fundamental, em especial quando se trata dos eventos adversos e nessa perspectiva deve-se ampliar o olhar para a segunda vítima, a qual apresenta sofrimento, o que pode vir a prejudicar a saúde deste trabalhador e consequentemente a assistência prestada.