Apresentação:
Os servidores de segurança pública e do sistema socioeducativo vivenciam eventos de crise, como confrontos, acidentes e desastres naturais. Essa exposição pode causar transtornos mentais, como TEPT, ansiedade e depressão. A cultura organizacional estigmatiza frequentemente a busca por ajuda, vista como fraqueza e prejudicial à carreira. Estudos, como o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023), indicam a escassez de dados sobre vitimização e suicídio de profissionais que atuam nesta área, refletindo a subnotificação dos problemas de saúde mental. Fatores hereditários, problemas familiares e trabalho estressante agravam a situação. A falta de informações adequadas impede tratamentos eficazes, comprometendo a eficácia, aumentando afastamentos e riscos à segurança pública, além de elevar custos sociais. Este relato de experiência aborda os desafios e estratégias para lidar com os problemas de saúde mental no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), enfatizando a necessidade de intervenções abrangentes para melhorar o bem-estar desses profissionais.
Desenvolvimento do Trabalho:
Durante o “Abril Verde”, mês dedicado à segurança e saúde no trabalho, o IASES desenvolveu ações para seus servidores (agentes socioeducativos, técnicos e gestores). As atividades incluíram oficinas de Meditação, Dança Circular, Auriculoterapia, Mindfulness, Alongamento e Boas Práticas em Saúde, realizadas em várias unidades e no escritório central do IASES. As ações foram conduzidas por colaboradores voluntários e profissionais do programa Qualivida da Secretaria de Gestão de Recursos Humanos. As oficinas, com duração de 1 a 4 horas, foram planejadas pela Subgerência de Saúde do Servidor do IASES, que organizou a metodologia e os materiais necessários. As atividades ocorreram nos espaços institucionais e utilizaram recursos diversos, como recursos humanos, audiovisuais e materiais básicos de consumo, incluindo bolinhas de tênis, jarros de flores, tapetes acolchoados, papel toalha, esparadrapos, álcool, pinças e esferas.
Resultados:
A programação diversificada alcançou 146 servidores e trouxe resultados significativos para a saúde e bem-estar dos servidores. As atividades proporcionaram momentos de interação, relaxamento e aprendizado, melhorando a saúde física e mental dos participantes. Nas unidades socioeducativas, 17 servidores participaram de uma oficina de Mindfulness, 22 servidores participaram de uma sessão de alongamento e boas práticas de saúde, 35 servidores participaram da atividade de Dança Circular. A oficina de Auriculoterapia alcançou 58 colaboradores no Escritório Central, promovendo um dia de cuidados alternativos para a saúde.
Considerações Finais:
Para enfrentar os desafios de saúde mental entre os servidores do sistema socioeducativo e da segurança pública, é essencial manter e expandir as estratégias do IASES. A conscientização deve ser contínua, visando reduzir o estigma e incentivar a busca de ajuda profissional. É crucial garantir acesso a serviços de saúde mental de alta qualidade, oferecidos por profissionais bem treinados, e incluir treinamentos regulares em habilidades de enfrentamento do estresse e resiliência. A cultura organizacional deve valorizar o bem-estar dos servidores, investindo em pesquisas contínuas para ajustar políticas e programas de saúde mental, assegurando eficácia e alinhamento com as necessidades dos profissionais. Isso beneficiará o bem-estar dos servidores, a eficácia da força de trabalho, a segurança pública e o bem-estar da sociedade.