O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET - Saúde Equidade), como parte das Políticas de Promoção da Equidade em Saúde, é norteado pelo objetivo de promover a educação pelo trabalho, por meio da integração ensino-serviço-comunidade. Tendo a equidade como questão norteadora das práticas e discussões teóricas, esse Programa considera a complexidade, a multideterminação e a multifatoriedade constituintes dos marcadores da diferença, e suas interseccionalidades, no âmbito do trabalho do SUS, bem como suas repercussões na saúde mental das(os) trabalhadoras(es). Também considera as diversas formas de violência que estão intrínsecas às relações estabelecidas nesse contexto, propondo ações pautadas na dialogicidade, considerando as construções narrativas coletivas como potenciais geradoras de micromudanças. Nesse contexto, este relato de experiência objetiva apresentar a relevância de capacitações realizadas em um PET-SAÚDE com vistas ao fortalecimento da Política de Equidade na formação dos petianos, futuras(os) trabalhadoras(os) em saúde. O PET-Saúde Equidade compreende discentes dos cursos da área da Saúde e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) dos Campus Uruguaiana e São Borja e conta com 1 coordenadora geral, 2 coordenadoras de grupo, 2 orientadores de serviço, 2 tutores, 2 tutores voluntários, 4 preceptores, 16 discentes bolsistas e 8 discentes voluntários. O projeto iniciou suas atividades realizando capacitações online semanais, via Google Meet, para maior acessibilidade, interação e disponibilidade dos discentes, abordando diversos temas referentes à equidade e determinantes sociais. Desse modo, objetivou-se através das capacitações do PET-Saúde Equidade promover o letramento sobre os conceitos de interseccionalidade e equidade no SUS. E com isso, contribuir de forma positiva na formação profissional e humana dos participantes. Essas capacitações tiveram o enfoque em desenvolver habilidades sociais, cognitivas e afetivas, elementos basilares no ambiente de saúde. Em um formato de oficinas, foram tratados temas como impactos sociais das catástrofes climáticas, acolhimento em saúde mental, aspectos socioculturais e de saúde, legislação de proteção à mulher, performances de gênero no âmbito da saúde e entre outros. Diante disso, foi evidenciado a importância das temáticas abordadas nesse primeiro momento de formação, uma vez que as mesmas são muitas vezes negligenciadas na formação curricular das profissões da área da saúde. Assim, o estímulo ao aprofundamento dos conhecimentos acerca dessas temáticas se faz importante no sentido de promover maior visibilidade a temáticas muitas vezes invisibilizadas e proporcionar espaços de reflexão quanto às possíveis intervenções nessa realidade. Ademais, as capacitações possibilitaram aos discentes maior compreensão e orientação referente a abordagem de diversas situações dos serviços de saúde, preparando-os para responder às necessidades da população com, sobretudo, sensibilidade, acolhimento e competência. Além disso, a partir dos saberes adquiridos, proporcionou plenos sentimentos de segurança e capacidade para os acadêmicos ao adentrarem os serviços de saúde, garantindo êxito em suas abordagens. Portanto, as capacitações no percurso formativo em saúde, mostram-se fundamentais para a construção do conhecimento referente à Equidade, Interseccionalidade e marcadores sociais no âmbito do trabalho do SUS, bem como para o aprimoramento da conduta e comunicação dos Petianos.