Resumo: Apresentação: O campo das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA). Diversas técnicas, terapias e abordagens foram inseridas em vários programas voltados para a saúde, dentre os quais destacamos, para este estudo, os exercícios terapêuticos chineses, evidenciando o Tai Chi e o Qi Kung. O Tai Chi Chuan (TCC) é reconhecido pela OMS, desde 2000, como uma prática para prevenção e apoio ao tratamento de diversas patologias, principalmente as que acometem idosos, devido ao baixo impacto nas articulações, movimentos leves e harmonioso, com um controle respiratório e motor que envolve a concentração e percepção corporal e espacial dos praticantes. Os exercícios oferecem benefícios físicos, mentais, emocionais e espirituais, já que desenvolvem o equilíbrio da energia interna (metabolismo e respiração), com a energia externa (músculos, tendões, nervos) para que ocorra o fortalecimento e condicionamento de forma geral. O Fisiotaichi é a junção da arte milenar chinesa, o Tai Chi Chuan com a área da fisioterapia. O intuito do método é realizar os exercícios de Tai Chi Chuan de forma direta, focada e separada de acordo com o que o indivíduo apresenta em seu quadro clínico, promovendo uma melhor resposta, mais rápida e eficaz, na prevenção de possíveis patologias e tratamento nas patologias já apresentadas pela pessoa. Método de estudo: Os idosos cadastrados do programa saúde da pessoa idosa foram convidados a participar, uma vez por mês, da prática de TCC em um espaço de atividades da Unidade Básica de Saúde (UBS), com um tempo de uma hora a uma hora e trinta minutos de atividades. Este tempo era divido em três fases: primeira fase - aquecimento e alongamento com exercícios de Lian Gong; segunda fase - exercícios de Tai Chi Chuan e terceira fase - exercícios de respiração e relaxamento. A atividade, que contava com uma média de 35 idosos, 90% de mulheres, conseguiu alcançar os objetivos determinados pelo fisioterapeuta instrutor voluntário: estimular o grupo, além do aumento da socialização, a sair da do sedentarismo e procurar realizar atividades que favoreceram sua saúde, sem comprometer suas incapacidades, limitações, deformidades e doença crônica já existentes. Resultados: Em um período de 3 anos (2015 a 2018), foram percebidas melhorias entre os idosos participantes quanto ao ganho de força, agilidade, controle respiratório, consciência corporal, coordenação e equilíbrio estático e dinâmico, fundamentais para a prevenção de quedas em idosos. O fortalecimento do grupo também aumentou com maior presença na UBS, de forma ativa em seu processo de tratamento de saúde. Considerações finais: O Tai Chi Chuan promove benefícios essenciais para a saúde da pessoa idosa em todos os aspectos e estimula a melhora da autonomia e independência. Possibilita uma meditação durante a prática, causando um bem-estar e serenidade ao que executa e ao que ensina a arte marcial chinesa. É fundamental que a prática seja mais reconhecida e ampliada na rede de cuidados com o estímulo à capacitação profissional dos trabalhadores.