O apoio institucional (AI) se configura como um dispositivo de gestão compartilhada que busca desenvolver em parceria com as coordenações municipais de Atenção Primária à Saúde (APS), uma gestão inovadora com sua atuação pautada no vínculo, na aproximação do território e baseada na Educação Permanente em Saúde (EPS). Busca a integração com a Rede de Atenção e Vigilância em Saúde. No Espírito Santo, o AI criado como componente do Programa Estadual de Qualificação da APS do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), iniciou suas atividades em março de 2022. O objetivo deste relato é descrever as potencialidades do processo de trabalho do AI e os desafios de mensurá-lo quantitativamente. O projeto de AI iniciou sem uma definição exata sobre o fazer das apoiadoras. A equipe da região metropolitana foi construindo seu processo de trabalho, a partir de referências bibliográficas com foco na criação de vínculo e aproximação com os municípios, estudo das legislações vigentes e levantamento de indicadores de saúde para induzir a qualificação dos processos de trabalho municipais e a transformação de suas práticas. As habilidades individuais estabeleceram a forma de atuação do apoiador nos municípios, já que o trabalho do AI não seguia normas específicas ou documentos institucionais. A escuta ativa, o saber se relacionar, o estímulo ao diálogo são algumas habilidades essenciais. A atuação das apoiadoras envolveram visitas técnicas aos municípios, cursos de capacitação para gerentes de Unidades Básicas de Saúde, qualificação dos processos de trabalho das equipes de ESF, com atualização de protocolos, estímulo a educação permanente, com capacitação tanto de gestores quanto de profissionais, apoio às gestões municipais no monitoramento e análise dos sistemas de informação/regulação, contribuição na integração das ações da Atenção Primária à Saúde e Vigilância em Saúde, além de ações relacionadas ao fortalecimento da APS na região metropolitana e Secretaria Estadual de Saúde. As visitas institucionais das apoiadoras aos municípios representaram mais do que um encontro com orientações técnicas, ultrapassando a perspectiva tradicional e horizontal de transmissão de conhecimentos. Nesses encontros, por meio da ativação da roda, foi possível disparar reflexões, perceber os silêncios, pactuar atividades, construir espaços mais democráticos de diálogo, mediar conflitos, valorizar os saberes, orientar nas decisões e propor capacitações. No entanto, surgem questionamentos em como construir o nexo causal entre a atuação do AI, pautada nas subjetividades, e o alcance dos indicadores de saúde, assim como na consolidação dos atributos da APS e na adesão e compreensão das normativas federais. Nessa perspectiva, mensurar os impactos do apoio em números se torna um grande desafio, apesar da observação de mudanças incrementais nos municípios.