Apresentação: O envelhecimento ativo, bem-sucedido, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata de um processo de otimização da saúde da pessoa idosa levando em conta aspectos físicos, mentais e sociais, na busca pela manutenção da sua autonomia, capacidade funcional, dignidade e fortalecimento dos laços sociais no decorrer da vida. Nesse sentido, a dança, enquanto atividade física, aparece como importante aliada na busca pelo cuidado de aspectos fundamentais para a manutenção da saúde física como a melhora da mobilidade, equilíbrio, força muscular, respiração e, também, mental, uma vez que proporciona formas de expressão pelo movimento capazes de levar os participantes a um estado de maior bem-estar, prazer, aumento da consciência corporal, autoestima e aspectos psicossociais, quando da participação em grupo de convivência. O presente relato trata da realização de oficinas de ritmos e dança de salão para idosos de uma Unidade Básica de Saúde municipal (UBS), do Sistema Único de Saúde (SUS), da cidade de Belém/PA. Método do estudo: O campo do referido estudo, uma UBS, serviu de cenário para que uma bailarina profissional voluntária, convidada pela equipe multidisciplinar da Unidade de saúde, fosse, uma vez por mês, realizar com os idosos cadastrados no Programa Saúde da Pessoa Idosa (cerca de 50 pessoas), oficinas de dança enquanto recurso terapêutico aliado na prevenção de doenças. A prática passou a fazer parte do calendário dos idosos e acontecia no salão ou no estacionamento da UBS, com 1h de duração, sempre pela parte da manhã. Os idosos realizavam a prática com roupas de ginástica própria e calçado apropriado, orientado pela professora. A equipe, formada por Fisioterapeuta e Psicóloga, acompanhava o grupo. Resultados: A potência da proposta, a partir da observação do aumento do número de integrantes com o passar do tempo, trouxe diversos benefícios para os sujeitos como: proporcionou um momento de lazer para os idosos, com maior união com o grupo e participação em seu processo de cuidado; levou, também, a um aumento da consciência sobre seu próprio corpo, levando em conta liberdade, limites e possibilidades de cada pessoa, possibilitou treino de memória no aprendizado das coreografias realizadas, melhora do equilíbrio, coordenação motora e aspectos cognitivos, redução do sedentarismo, além da quebra de preconceitos na forma de encarar a dança, inclusive com a sugestão de ritmos novos pelos próprios participantes e a entrada da participação masculina com a consolidação do grupo. Considerações Finais: A realização de forma sistemática da prática de dança pode proporcionar um envelhecimento mais saudável aos participantes, com melhora na condição geral do indivíduo. A dança na terceira idade favorece a aproximação em uma rotina mais saudável e que por isso valoriza cada pessoa a se expressar e cuidar melhor de si. Enquanto recreação ativa, favorece os laços grupais e por isso necessita ser mais estimulada pelos profissionais da saúde no estabelecimento de tais atividades, em especial na Atenção Primária.