Abordagens diretas a pacientes de uma comunidade periférica: perspectivas de profissionais em Biomedicina.

  • Author
  • Helena Brandão Araújo
  • Co-authors
  • Fernanda Marques Reis
  • Abstract
  •  

    A biomedicina é uma profissão que abrange um leque de possibilidades para especialização e para a maior parte delas tem-se a ideia de que não demandam contato direto com o paciente, geralmente é uma ideia bastante difundida durante as aulas da graduação. Muitos discentes escolhem o curso justamente para evitar esse contato, que para outros cursos da saúde, é imprescindível. Esse entendimento, no entanto, é bastante limitante e ilógico, tendo em vista que o profissional da saúde é formado para levar conhecimento em ações de promoção em saúde para a comunidade, além de que, saber lidar com as pessoas e entender as suas principais queixas fazem com que o profissional perceba qual a real necessidade da coletividade em que está inserido e consiga entregar bons resultados para essas demandas, já que quando se trata de saúde, é necessário pensar que profissionais qualificados se tornam o vínculo entre as pessoas e o bem estar delas. Tendo isso em vista, o presente trabalho tem o propósito de compartilhar o ponto de vista de uma acadêmica e uma profissional em biomedicina a cerca das experiências obtidas durante a atuação em atividade de campo de projeto de pesquisa. Tal projeto foi realizado em conjunto com a equipe multiprofissional de agentes comunitários de saúde (ACS) em uma comunidade periférica de Manaus, Amazonas, onde as coletas de dados eram realizadas a partir de visitas domiciliares. O contato com o público e ainda com outros profissionais da saúde é um divisor de águas, principalmente para os discentes que são ensinados a trabalhar somente dentro de um laboratório junto com colegas da mesma profissão, além de lidar com diversas situações que normalmente não são apresentadas dentro de sala de aula. Em campo, os ACSs formam a ponte entre os serviços das unidades básicas de saúde e a comunidade, identificando e monitorando as suas necessidades, e foram importantes para a mudança das nossas atitudes de apenas espectadoras para participantes ativas, incentivando a comunicação durante as visitas domiciliares e permitindo que os moradores se sentissem mais à vontade com a nossa presença. Dessa forma, permitindo que a comunidade se sinta menos intimidada em buscar pelos serviços de saúde e considerando esta situação, observamos várias justificativas, desde vergonha por não ter tanto conhecimento, como experiências ruins com outros profissionais de saúde quando essas pessoas buscavam atendimento. Durante essa vivência foi possível analisar uma gama de aspectos que fazem parte do cotidiano daquela população e que muitas das vezes podem chegar a ser chocantes quando comparados à realidade de locais mais privilegiados. Com essa vivência, nos resta a reflexão de que, como profissionais da saúde, nosso trabalho perante a comunidade é um catalizador para a mudança de vida, portanto, é nosso dever estar de braços abertos e corresponder ao direto à saúde da população.

  • Keywords
  • Sistema Único de Saúde, Visita Domiciliar, Pesquisa
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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