INTRODUÇÃO: A educação requer um processo de formação técnica, social, ética e humanística, e os ambientes de ensino-aprendizagem devem proporcionar ferramentas para esse desenvolvimento. É essencial incentivar a reflexão crítica sobre transformações sociais, políticas e econômicas e suas implicações nas condições de vida e saúde. Nesse sentido, a Ação Curricular em Comunidade e Sociedade (ACCS ENFC 52), da Escola de Enfermagem da UFBA, promove debates sobre Direito à Saúde, Participação Popular e Controle Social do SUS, buscando uma formação interdisciplinar, multidimensional e crítico-reflexiva, fortalecendo a cidadania e a participação popular para melhorar o SUS. OBJETIVO: Relatar experiências formativas vivenciadas na ACCS ENFC 52 no semestre letivo de 2023.1. METODOLOGIA: Trata-se de um componente curricular em que estudantes e professores da UFBA, em uma relação com grupos da sociedade, desenvolvem ações de extensão no âmbito da criação, tecnologia e inovação, promovendo o intercâmbio, a reelaboração e a produção de conhecimento sobre a realidade com perspectiva de transformação. RESULTADOS: Os estudantes foram agentes ativos na aprendizagem, realizando atividades educativas na comunidade. Identificaram dilemas do SUS relativos à participação popular e controle social, tanto pelo ponto de vista dos usuários quanto de gestores e profissionais de saúde. Promoveu-se a compreensão da importância da organização comunitária e da participação popular para fortalecimento da cidadania e do SUS. A produção de materiais educativos e o compartilhamento de informações nas redes sociais fortaleceram o caráter participativo na aprendizagem. Foram realizadas ações na Comunidade do Calabar, em Salvador-BA, com uma construção coletiva entre estudantes, professores, profissionais de saúde e usuários do SUS, em três momentos: 1- Visitas para identificação de demandas e reconhecimento do território; 2- Planejamento de atividades de Educação em Saúde; 3- Implementação das atividades educativas. No primeiro momento, houve duas visitas ao bairro: a primeira com roda de conversa na biblioteca comunitária com lideranças e a segunda para reconhecimento da estrutura do bairro, incluindo a unidade de saúde e escolas. Planejaram-se atividades e materiais educativos pelos estudantes, com base nos princípios de Paulo Freire. No terceiro momento, as atividades educativas foram implementadas junto à comunidade. Discutiram-se dificuldades e desafios na comunidade, relacionados não só ao acesso aos serviços de saúde, mas também aos determinantes sociais do processo saúde-doença. Profissionais de saúde apresentaram à população demandas existentes no funcionamento da USF na comunidade. CONCLUSÃO: Essas experiências fomentaram uma formação universitária multidimensional, crítico-reflexiva, incentivando a participação conjunta de discentes, docentes, profissionais, gestores e lideranças comunitárias em processos educativos voltados para o enfrentamento dos dilemas do SUS, especialmente relacionados ao Direito à Saúde, à Participação Popular e ao Controle Social.