Tessituras sobre o cuidar e o acolher famílias cuidadoras de crianças com deficiências: Relato sobre um programa de Acolhimento e Orientação Parental

  • Author
  • Cintia Aparecida Ataide
  • Co-authors
  • Karina Prado Fontes , Luana Karina de Almeida Nascimento
  • Abstract
  •  

    O Programa Acolhimento e Orientação Parental  (PAOP) tem por objetivo promover a construção de um espaço de acolhimento, escuta humanizada e fortalecimento na integração entre família e serviço  prestado à crianças com deficiência,  por um Centro Especializado de Reabilitação (CER) IV localizado em uma região do Nordeste brasileiro. O acolhimento e orientação visa construir maior assertividade nas atividades terapêuticas desenvolvidas pela equipe de saúde que assiste crianças com deficiência, em especial diagnosticadas com Transtornos do Espectro Autista (TEA) e Deficiência Intelectual (DI), articulando estratégias para ampliar reportório para manejo dos cuidados à criança assistida no CER IV, corroborando no desenvolvimento de melhores estratégias para a assistência, com vistas à ampliação qualidade de vida e maior autonomia dos pacientes atendidos pelo setor. O cuidado em saúde quando humanizado resulta em boas respostas no marco desenvolvimental da criança, bem como na saúde mental e no contexto interpessoal do paciente com alguma condição de atraso de desenvolvimento ou problemas de aprendizagem. Nesta direção, o PAOP  visa ampliar o cuidado em saúde, promovendo acolhimento das mães e ou cuidadoras de pacientes com algum tipo de deficiência ou atraso no neurodesenvolvimento que são assistidos no CER IV.  As reuniões são realizadas durante o atendimento do paciente, tem uma duração média de 60 minutos, e acontece semanalmente.  Dentre as principais atividades desenvolvidas nas reuniões destacamos: Orientação psicoeducacional,: fornecer informações essenciais sobre o diagnóstico, características e tratamento do paciente; Acompanhamento psicopedagógico para maior integração do cuidado em saúde promovido no CER IV; capacitação parental para identificação de dificuldades no tratamento e manejo para melhores respostas na condução do tratamento; desenvolvimento de atividade multidisciplinar com o objetivo de dirimir dúvidas frente as condutas terapêuticas prestadas ao paciente; desenvolver habilidades de comunicação e interação eficazes entre pais e filhos; fortalecimento autoestima, resgate de habilidades e potencialidades e construção de vínculos da família com a equipe assistencial, promover o bem-estar emocional, fornecendo estratégias para o gerenciamento do estresse e do esgotamento físico e emocional e estimulando o autocuidado dos familiares/cuidadores. Ao ampliar o espaço de cuidado em saúde para a família, com a construção de um centro de convivência, orientação, trocas de experiências e manejo de autocuidado, há um redimensionamento de estratégias ampliadas para maior autonomia da família e dos pacientes assistidos no CER IV. É preciso considerar a família como dispositivo analítico importante para ampliação de uma nova sensibilidade aos temas relacionados à inclusão, integração do cuidado e acessibilidade, com vistas a construção de novas ressignificações sobre a deficiência e cuidado em saúde. Destarte, observa-se que após as atividades de acolhimento e orientação parental a assistência em saúde do paciente tornou-se mais efetiva, pois  melhorou as ações integradas junto a família, tendo em vista que a equipe se aproxima das reais necessidades dos pacientes e família torna-se mais colaborativa no cuidado, ampliando o processo de vínculo, autonomia e responsabilidade perante ao acompanhamento e assistência ao paciente.

     

  • Keywords
  • Pessoas com deficiências, Educação em Saúde, Orientação Parental, Psicoeducação, Família, Impacto do Diagnóstico
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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